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Feliz 2015

Algo vai mal quando um país que precisa enfrentar seus problemas chama de ano da Copa um ano de eleição presidencial.

Do Diário do Grande ABC
04/01/2014 | 08:34
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Artigo

Algo vai mal quando um país que precisa enfrentar seus problemas chama de ano da Copa um ano de eleição presidencial. É o que está a acontecer com o Brasil. 
Cinquenta mil brasileiros são assassinados por ano, outros 50 mil morrem no trânsito e outros 515 mil estão presos; a droga compromete a vida, a capacidade de trabalho e o futuro de centenas de milhares de nossos jovens; metade da população não tem acesso à água e ao esgoto; e a economia se desindustrializa. Quanto ao potencial científico e tecnológico estamos cada dia mais para trás em relação ao resto do mundo; as avenidas estão atravancadas; a Educação apresenta retrato vergonhoso e brutal desigualdade; os hospitais públicos estão caóticos; e a natureza está sendo degradada.
No País, temos 13 milhões de adultos que não diferenciam as letras e outros 40 milhões sem capacidade de leitura; a produção não dispõe de logística eficiente para sua distribuição; e 50 milhões de brasileiros vivem (felizmente) graças à ajuda do programa Bolsa Família. Apesar disso, ao invés de propostas dos presidentes para 2015, estamos preocupados se os estádios da Copa do Mundo ficarão prontos em 2014.
Os candidatos à Presidência da República ainda não apresentaram propostas para transformar a viciada economia brasileira.
Não há propostas para o cerco em que vivem os brasileiros por causa da violência urbana provocada por desesperados com suas pobrezas diante da imensa guerra ao redor, nem para enfrentar a crescente mobilização de desiludidos, movidos pelas redes sociais, para promoverem atos de bloqueio de trânsito, queima de veículos e quebra de vidraças.
Nenhum candidato propôs ações para emancipar nossos pobres da necessidade de ajuda mensal.
Nenhum dos presidenciáveis disse como vai conduzir o Brasil no rumo da erradicação do analfabetismo e como garantir Educação de qualidade igual para todos. Nem qual será o salário dos professores ao fim de seu mandato, nem como eles serão selecionados e avaliados.
Nesse quadro de ‘des-eleição’, o ano de 2014 será o ano da Copa do Mundo de Futebol. No 1º de janeiro de 2015, poderemos acordar com a sensação de que tudo continuará no mesmo rumo de um País que cresce se desfazendo.
Por isso, só nos resta desejar um Feliz 2014 para cada um dos brasileiros e um Feliz 2015 para o Brasil.

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT do Distrito Federal.

Palavra do leitor

Aposentados
O salário que vamos receber a partir de janeiro será de R$ 724. Se fosse respeitado o valor de quando ele foi criado, hoje teríamos acima de R$ 2.000. Mas a presidente Dilma está simplesmente seguindo o modelo injusto de governos antecedentes, que achavam mais fácil e cômodo não respeitar a lei criada e desrespeitar o direito do trabalhador, que passa a maior parte da vida trabalhando para o bem do Brasil. Mas eles não podem aumentar seus próprios salários como fazem os vereadores, deputados e senadores, por isso se transformam em mágicos, para conseguir viver com seus R$ 724 do novo mínimo. E todos nós, muito quietinhos e conformados, vamos continuar a viver pendurados no trapézio da vida. Logo teremos eleição para presidente e em quem votar? Eis o problema.
Américo Del Corto
Ribeirão Pires

Alameda Campestre
Estamos com grande problema já há algum tempo na Alameda Campestre, entre as ruas das Figueiras e Vitória Régia, em Santo André. Os veículos param nas faixas de segurança, e os que querem entrar em restaurante na região param em filas duplas. Sem contar que também param em frente às nossas garagens, e quando vamos pedir para tirar os carros somos admoestados pelos frequentadores. Tivemos também furto de fios da rede elétrica da rua. O segurança acionou a Polícia Militar, mas não houve resposta da mesma e o indivíduo fugiu. Gostaria de saber até quando teremos que suportar isso sem que as autoridades tomem atitude plausível a respeito, pois nesse trecho da via o trânsito de pessoas é muito grande devido à quadra de futebol, ao restaurante e também à estação rodoviária e ferroviária.
Cláudio Luiz da Silva
Santo André

Mantega
A ‘fala criativa’ do ministro da Fazenda, Guido Mantega, quis nos transformar em bobos da corte ou palhaços?
Tânia Tavares
Capital

Resposta
Em atenção às cartas dos leitores Nelson Sanches (Celso Daniel, dia 26) e José Bueno de Lima (Parque e Sacilotto, dia 29), a Secretaria de Mobilidade e Obras informa que a implantação do estacionamento rotativo se justifica, pois 65% das vagas atuais do Parque Celso Daniel, em Santo André, segundo pesquisa realizada nos últimos quatro meses, não são utilizadas por usuários do local. Assim, queremos revitalizar o espaço público com a qualidade que a cidade merece. Quanto à obra geral, além das questões de segurança e novos equipamentos, estamos modernizando o parque, que não era reformado desde 2002. A reforma de equipamento não impede o asfaltamento das ruas do bairro, que sofrerão as devidas intervenções em 2014, mas optamos por obra mais ampla para que acidentes fatais como o ocorrido em 2011 não se repitam na nossa cidade. Felizmente estão em extinção as ideias daqueles que defendem verdadeiros ‘puxadinhos’ públicos, que colocam vidas em risco.
Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos

Injustiçada?
Muito tem se comentado sobre as decisões do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) no caso do rebaixamento da Portuguesa para a Série B do Campeonato Brasileiro, comparando com o Fluminense, que cometeu o mesmo erro no passado, e nada aconteceu. Se houve erro no passado, faz sentido os tribunais desportivos cometerem duplamente o mesmo erro agora com a Portuguesa? No meu entender, um erro não justifica outro, e a Portuguesa poderá apelar para a Justiça comum, como já fez um advogado torcedor do Santos, e ir até a ONU (brincadeira), pois irá perder de novo, agora de 10 x 0.
Edgard Gobbi
Campinas (SP)

Que País é este?
Duas informações bem significativas no País nos foram dadas no fim de 2013 e início de 2014. Foram elas: a de desembargadores receberam acima do teto (R$ 28 mil) em 23 Estados; e o número de processos contra juízes no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que mais que dobrou em 2013. Provavelmente uma seja consequência da outra. Socorro! Que País é este?
Paulo H. Coimbra de Oliveira
Barra (RJ)




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