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Brasil quer remédio acessível
Das Agências
14/05/2001 | 00:15
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O governo brasileiro prepara uma estratégia ampla para garantir apoio internacional a sua política de saúde e para a lei nacional de patentes. A partir desta segunda, o Brasil defende na Assembléia Mundial da Saúde em Genebra (Suíça) uma resolução que garanta o acesso a remédios para as populações carentes, a prática de preços mais justos e a criação de um fundo internacional para financiar a compra de remédios contra a Aids pelos países em desenvolvimento.

Durante a assembléia, que será realizada até o próximo dia 22 e contará com a presença do ministro da Saúde, José Serra, o Brasil irá pedir que os países desistam de levar adiante disputas que possam obstruir o acesso a produção local de remédios genéricos.

No início do ano, os Estados Unidos abriram um comitê de arbitragem contra o Brasil na Organização Mundial do Comércio. Em Washington, argumenta-se que a norma brasileira não está de acordo com as leis internacionais por não deixar claro em que circunstâncias uma patente pode ser quebrada.

Apoio —Organizações não-governamentais declararam que, caso o Brasil seja obrigado a rever suas normas,, a distribuição de remédios contra a Aids estará prejudicada. Há um mês, a Comissão de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução que garante que o acesso a medicamentos é um direito humano.

O governo brasileiro ainda defende a criação de uma lista mundial de preços de remédios. Dessa forma, seria possível comparar os valores praticados pelos laboratórios em diferentes partes do mundo e os países em desenvolvimento poderiam escolher onde comprar os remédios. O preço do fluconazol, fabricado pela Pfizer, por exemplo, varia de US$ 3,60, na Tailândia, cerca de US$ 7 no Brasil e US$ 27, na Guatemala.

A política brasileira em relação ao barateamento dos remédios genéricos tem atraído a simpatia de países latino-americanos, que podem se alinhar à luta do ministro José Serra na ONU.

O Brasil é favorável a uma política mundial de diferenciação de preços dos remédios, dependendo da necessidade de cada país. Para pagar pela diferença, Brasília sugere que um fundo internacional seja criado e financiado pelos países desenvolvidos. A proposta brasileira ainda pede que a OMS apoie políticas de saúde que promovam o acesso a remédios.




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