No Brasil, a luta livre foi febre nos anos 1960 e 1970 com programas na televisão, como Telecatch e Os Reis do Ringue. "Os lutadores criavam os próprios estilos de luta e golpes que os tornavam verdadeiros personagens", diz Drago, autor de Telecatch - Almanaque da Luta Livre.

Ted Boy Marino era a estrela da época. Quando veio da Argentina para o Brasil aos 24 anos, o italiano Mario Marino, 72, não imaginava que faria tanto sucesso. "Foi grande surpresa. Era show de entretenimento que só perdia para o futebol."

Na ativa desde 1967, Gerson Xavier de Paiva, 63, de Santo André, inspirou-se em Ted Boy. Conhecido como Nino Mercury, o Italianíssimo, fez mais de 1.000 apresentações. "Chamavam-me de Ted. Isso me incentivou a entrar com tudo na luta livre", afirma o bancário aposentado.

Hoje, o diretor-técnico da BWF (Federação Brasileira de Wrestling) Bob Júnior trabalha para resgatar equipes e público, perdido nos anos 1980 e 1990. "Aqui o esporte é underground. Os lutadores têm outra profissão. Não cobramos ingresso, apenas um quilo de alimento." E parece que os esforços estão dando certo. Na Virada Cultural, em Sampa, a apresentação de luta livre bombou.