Família da Vila São José, em Diadema, acusa o Hospital Municipal da cidade, mais conhecido como Piraporinha, de negligência pela morte de mãe e bebê. A jovem Vitória Ferreira de Oliveira, 15 anos, grávida de nove meses, morreu, na madrugada da quinta-feira, após problemas no parto, um dia após o filho vir a óbito. Segundo a família, o hospital teria negado realizar cesariana na adolescente. 

De acordo com a mãe, a dona de casa Adriana Ferreira Duarte, 46, Vitória deu entrada na unidade na quarta-feira, por volta das 10h, sentido fortes dores e contrações. Em seguida, a equipe de enfermagem teria deixado a gestante em observação à espera da dilatação, “induzindo o parto normal”. “Fizeram um ultrassom e comentaram que não estavam escutando o coração do bebê. Entrei em desespero”, comenta, em lágrimas, a dona de casa. 

Durante os exames preparatórios para o parto, Vitória teria sofrido a primeira hemorragia. “Foi quando ouvi os primeiros comentários de que meu neto já poderia estar morto”, observa Adriana. “Pedi mais de cinco vezes pela cesárea”, destaca a mãe. 

Segundo a família, por volta das 19h da quarta-feira, foram informados de que o bebê havia nascido morto. “Não entendo por qual motivo demoraram tanto para retirar o bebê”, avalia Adriana. Em seguida, levaram Vitória para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). 

A família só foi informada sobre a morte de Vitória por volta das 11h de ontem. “Não me ligaram nem sabemos a hora exata que ela morreu. Queremos justiça”, finaliza a dona de casa.

De acordo com o BO (Boletim de Ocorrência) feito pelo marido de Vitória, o desempregado Gabriel Lima da Silva, 21, a jovem “fez todo o acompanhamento pré-natal na unidade de saúde”. O documento indica que a possível causa do óbito da adolescente teria sido deslocamento de placenta e hemorragia pós-parto, conforme atestado médico. O boletim foi registrado como morte suspeita e direcionado ao IML (Instituto Médico-Legal) para verificar as causas do óbito. O laudo ficará pronto em 90 dias. 

O velório de Vitória começou ontem, às 23h, no Cemitério Municipal de Diadema, e o enterro será hoje, às 11h, no mesmo local. 

Segundo a Prefeitura de Diadema, logo que deu entrada na unidade, a jovem foi encaminhada para o setor especifico do seu atendimento. Com a evolução da internação, “a paciente apresentou grave intercorrência clínica e, mesmo tendo sido garantidos todos os procedimentos previstos em protocolos, evoluiu para óbito na quinta-feira”. A equipe do hospital garante que os cuidados e procedimentos necessários foram realizados.