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Tarcísio Meira saboreia primeiro papel escrito por Manoel Carlos
Luiz Almeida
Da TV Press
14/07/2006 | 09:26
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Com pelo menos 40 novelas no currículo, e mais ou menos a mesma quantidade de personagens marcantes, Tarcísio Meira é mesmo a cara da teledramaturgia brasileira. Desta vez, o maior galã de todos os tempos está de volta em Páginas da Vida, que reúne um dos maiores elencos da história das novelas nacionais. São cerca de 110 atores, incluindo nomes de peso do casting da Globo, como Glória Menezes, Regina Duarte, Ana Paula Arósio, Edson Celulari, Thiago Lacerda, José Mayer, Sonia Braga e Renata Sorrah. Apesar da vasta experiência, Tarcísio, desta vez, se sente meio estreante. É que, pela primeira vez na carreira, trabalha numa história de Manoel Carlos. Interpreta o patriarca Aristides Martins de Andrade, o Tide. “Acho que foi até bom esperar tanto tempo, pois assim posso valorizar ainda mais esse momento”, afirma. Páginas da Vida vai ao ar de segunda-feira a sábado, às 21h. A seguir, trechos da entrevista:

PERGUNTA – Seus dois últimos trabalhos na TV foram pequenas participações, como o John McGold, de Bang Bang, e o José Carlos, de Senhora do Destino. O que o motivou a aceitar o convite para Páginas da Vida?
TARCÍSIO MEIRA – O fato de, pela primeira vez, estar numa trama de Manoel Carlos, com quem sempre pensei em trabalhar. Ao contrário de outros autores, ele tem um universo muito próximo da nossa realidade, onde os personagens são críveis e convencem os telespectadores. São pessoas comuns, que fazem parte do nosso dia-a-dia. Isso é o mais interessante, pois esses personagens parecem existir de verdade e representam cada um de nós. É o caso do Tide, por exemplo, que é uma pessoa dedicada à família, íntegro e apaixonado pela esposa.

PERGUNTA – Mais uma vez, aliás, você contracena com Glória Menezes, com quem é casado há mais de 40 anos. Como é repetir a dobradinha, que começou em 25499 Ocupado, da extinta Excelsior, em 1963?
TARCÍSIO – É maravilhoso, embora a Glória só fique apenas no início da novela. Mesmo assim, é ótimo. Além de ser minha esposa, é uma excelente atriz, que dá um apoio muito grande a qualquer ator na hora de contracenar. Na verdade, nosso trabalho é um grande pingue-pongue, que estamos repetindo mais uma vez. Eles já nos nos renderam bons momentos juntos, como o seriado Tarcísio & Glória e a novela Torre de Babel, entre tantos outros.

PERGUNTA – Com mais de 40 novelas no currículo, é possível eleger um trabalho ao longo da carreira?
TARCÍSIO – Não tenho essa coisa de eleger um determinado personagem. Tenho carinho por todos. Alguns mais, outros menos, mas não vou citar nenhum deles. Costumo eleger o trabalho que estou fazendo ou aquele que ainda estarei por fazer. É isso que me instiga. Sempre estou olhando ao longe e penso no que ainda tenho pela frente. O atual e o próximo serão sempre os melhores.

PERGUNTA – E o que ainda o instiga a fazer novelas?
TARCÍSIO – Gosto de novelas, pois não é um tipo de trabalho enfadonho. Ao contrário: nas novelas, todos os dias temos uma novidade. O Marcello Mastroianni dizia que nós tínhamos e temos o privilégio de fazer uma obra aberta, onde os personagens estão vivos e onde tudo está acontecendo, diferentemente do cinema e do teatro, por exemplo. Os rumos, os destinos de cada um desses personagens, vão sendo vividos aos poucos. Concordo com ele. Sempre haverão surpresas enquanto a novela estiver no ar. É realmente um privilégio para nós atores. Até mesmo os imprevistos a gente consegue superar.

PERGUNTA – Como o acidente que aconteceu na novela Cavalo de Aço, da Globo, onde você estava num barco em pleno rio e ele começou a afundar?
TARCÍSIO – Não só esse, pois também existiram outros. Mas essa, realmente, foi uma situação muito difícil. A cena, por sinal, ficou ótima, já que o diretor Walter Avancini gravou tudo sem saber do nosso sufoco no barco. São coisas que acontecem e mostram que a vida de ator não tem essa coisa de glamour que muitos acreditam ter. As pessoas, aliás, tendem a achar que nosso trabalho é uma festa, mas não é assim. É ótimo trabalhar no que a gente gosta, mas existem os imprevistos. Os candidatos a ator que pensam seguir carreira na TV achando que vão ter uma vida glamourosa, é bom escolher outra profissão.



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