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Carlos Gomes tem 'Ciclo de Cinema Português'
Por Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
14/05/2001 | 16:28
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Fantasia, drama, suspense, comédia romântica e nostalgia. O variado cinema de Portugal mostra suas realizações recentes em Santo André no Ciclo de Cinema Português, evento com entrada franca que começa nesta segunda no Cine-Teatro Carlos Gomes, às 19h30, realizado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer em parceria com o Instituto Camões.

O ciclo tem um filme por dia, de terça a sexta-feira, durante este mês, com trabalhos de jovens e veteranos realizadores. Porém, o maior nome do cinema português e o diretor mais velho em atividade no cinema, Manoel de Oliveira, 93 anos, ficou de fora, mesmo com novos filmes como Palavra e Utopia (2000), exibido na última Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, e Vou Para Casa (2001), que está na competição oficial em Cannes.

A estréia é com Anjo da Guarda (1998), filme do gênero cinema fantástico realizado por Margarida Gil. A personagem Lúcia, ao procurar uma carta que seu pai teria lhe deixado, volta à quinta de sua infância e tem dois encontros: Álvaro, que passa o pouco tempo de vida que lhe resta entre rosas e o piano; e seu anjo da guarda, que a protege em suas peregrinações noturnas.

A maioria dos filmes é de jovens realizadores, muitos deles atores e atrizes que também se tornaram diretores. É o caso de Maria de Medeiros, roteirista, diretora e atriz de Capitães de Abril (2000), filme nostálgico sobre a Revolução dos Cravos de 1974. Na abertura, o curta Boris e Jeremias (2000), de Pedro Caldas. Da mesma geração de Maria estão Leonel Vieira, com Zona J (1998), sobre a falta de perspectivas de imigrantes negros em Portugal, com participação da produtora brasileira VideoFilmes, de Walter Salles Jr., e Teresa Villaverde, também atriz, com Os Mutantes (1998), sobre a juventude sem-teto de Lisboa.

Os veteranos comparecem com novas realizações. Jaime (1999) é a história de um menino de 13 anos que quer sustentar a família e tem direção de António Pedro Vasconcelos, 62 anos. Paulo Rocha, outro veterano de 66 anos, tem dois filmes. Rio do Ouro (1998), com participação de Lima Duarte, é uma balada popular e musical sobre um assassinato passional. De Rocha também, Raiz do Coração (2000), sobre um candidato a presidente da Câmara que se envolve com um travesti. O curta de animação Suspeita, de Luís Miguel Ribeiro, abre a sessão.

Em comum com os brasileiros, as produções lusitanas não têm só a língua. Assim como por aqui, Portugal está às voltas com um debate entre fazer um cinema mais popular, para atrair público, ou um cinema de estética apurada para oferecer uma contrapartida às produções de Hollywood. As duas opções seriam financiadas pelo Estado, e isso tem gerado muitas críticas no país.




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