Pré-candidato ao Paço de São Bernardo pelo PPS, o deputado federal Alex Manente criticou ontem, após atividade no bairro Taboão, o modelo de OP (Orçamento Participativo) adotado pelo governo do prefeito Luiz Marinho (PT). O popular-socialista pontuou que “ouvir a população é importante”, mas que a fórmula usada pela administração fica restrita a pessoas próximas à gestão e ligadas à legenda. “Hoje, o OP está exclusivamente (direcionado) a partido político. É necessário que o debate seja amplo, com abertura do leque, incluindo todos os setores da sociedade civil”, alegou. O evento realizado pelo parlamentar federal se deu para acolher demandas populares e com intuito de formular futuro plano de governo.

“Nossa ideia é renovar, por isso estamos ouvindo sugestões de munícipes”, acrescentou o deputado. O programa do OP foi idealizado pelo PT há aproximadamente 25 anos, mantendo desde então formato de operação. Marinho promoveu ontem a primeira plenária chamada de deliberativa 2017/2018, na Vila São Pedro – que se estenderá até 1º de julho. Os encontros ocorrerão em 20 regiões da cidade. Neste último ano de gestão do atual prefeito, o Paço dará continuidade ao plano de eleger conselheiros e representantes regionais. Na ocasião, de acordo com a proposta, moradores escolhem e votam em três demandas prioritárias para a sua localidade e uma para o município.

Alex frisou que Marinho precisa se comprometer a deixar ao seu sucessor na Prefeitura peça orçamentária com percentual de remanejamento de 30% – atual chefe do Executivo protocolou LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) 2017 no valor de R$ 4,8 bilhões, índice de 4% de queda nominal em relação ao do exercício vigente. Para o popular-socialista, há prática recorrente da gestão de superestimar a peça com repasses, por exemplo, do governo federal. “Muitas vezes, os valores são superestimados e não se concretizam. Diante disso, tem que ser adequado ao que efetivamente se arrecadou, pois não condiz com a realidade. É necessário que haja margem de remanejamento.”

A LDO compreende metas do Paço. É a primeira vez que a peça de Marinho surge com valor abaixo do ano anterior. A peça tem que ser apreciada antes do recesso do meio do ano.