Setecidades Titulo São Bernardo
Empresários acusam GCM de abuso de poder

Integrante da guarda danificou a porta de estabelecimento comercial; Prefeitura afirma que vai apurar

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
24/11/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


O empresário Danilo Pagliai, 25 anos, sócio de um bar e de uma hamburgueria na Avenida Doutor Rudge Ramos, no Rudge Ramos, em São Bernardo, acusa um GCM (Guarda-Civil Municipal) de abuso de poder. Em vídeo filmado pela noiva de Pagliai, a assistente jurídica Claudia Cerezer, 26, domingo, o integrante da guarda identificado como subinspetor Vaz grita com a jovem que o filma, bate e chuta a porta do estabelecimento, que acabou danificada.

De acordo com o casal, o guarda é conhecido por abordar com truculência os comerciantes e pedir propina. Claudia relatou que antes da pandemia, a situação era mais discreta, mas que, após o período em que os bares e restaurantes ficaram fechados, o servidor tem sido mais abusivo. “Pelo menos quatro ou cinco vezes ele já veio aqui e está sempre descontrolado”, acusou. O casal ia ontem à delegacia registrar boletim de ocorrência.

No vídeo, Vaz chuta a porta do estabelecimento. Ao perceber que está sendo filmado, se aproxima de Claudia e pergunta: “Você tá (sic) gravando o que, hein, minha filha? Posso saber?”. O guarda se vira e para outro homem que também filma, mostra o aparelho que mede os ruídos e faz medição. Na gravação não é possível ouvir som de música, mas ele informa que foram registrados 107 decibéis, que o som está alto e que havia passado das 23h. Danilo diz que não havia som, que apenas os funcionários estavam no bar, limpando.

Dono de estacionamento ao lado do bar, o empresário Elvis de Almeida Lima, 40, afirmou que no fim de semana do feriado de 15 de novembro o subinspetor Vaz também esteve no local e chegou a agredir diversas pessoas. “Ele chega descontrolado e a gente não consegue entender o que está acontecendo”, pontuou.

A Prefeitura de São Bernardo informou que recebeu denúncia, domingo, de atividade irregular no estabelecimento Crazy Bar (Rudge Ramos), com som alto após o horário permitido e aglomeração. Segundo a administração, após sucessivas tentativas, houve contato com os responsáveis para dispersão. Na saída do público, foram observadas cerca de 400 pessoas dentro e na área externa do espaço, desrespeitando as regras para funcionamento de bares, previstas em decreto municipal.

Quanto às queixas sobre o funcionário, a GCM vai instaurar procedimento interno para apurar os fatos. O guarda foi afastado das atividades de rua até o término da investigação, passando a exercer serviços administrativos. Caso o desvio de conduta seja confirmado, todas as medidas administrativas cabíveis serão adotadas. 

Vídeo mostra bar lotado em São Caetano

Mesmo com aumento no número de casos confirmados e mortes por Covid, casas noturnas do Grande ABC continuam a registrar aglomeração e falta do uso de máscara, sobretudo no fim de semana, em claro desrespeito às normas de segurança contra a disseminação do coronavírus.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que o Senhor Boteco, bar localizado na Avenida Goiás, em São Caetano, mantém a casa lotada e as pessoas, ao menos as que aparecem nos registros, não utilizam máscara.

O Senhor Boteco, que foi o primeiro bar lacrado na pandemia por descumprir as medidas sanitárias contra o coronavírus, em 16 de março, chama atenção pela demanda similar à de antes da pandemia. Frequentadores ouvidos pelo Diário contaram que, dentro do bar, não há restrições, além de que órgãos de segurança pública, como a GCM (Guarda Civil Municipal), por exemplo, não interferem na festa.

Questionado, o estabelecimento informou, em nota, que tem cumprido as normas de higiene e protocolos de segurança, de acordo com o horário de funcionamento permitido, até as 23h. O documento diz que o Senhor Boteco segue as diretrizes do Plano São Paulo, normas do governo do Estado para a flexibilização da quarentena. A nota diz ainda que “todos os profissionais do estabelecimento operam com luvas e máscaras”, e afirma que “os clientes só podem retirar a proteção para comer e beber, permanecendo com as suas máscaras todo o restante do tempo”. O estabelecimento explicou ainda que dispõe de locais para higienização das mãos e pontos de álcool gel. “Vamos reforçar a fiscalização interna do estabelecimento”, comprometeu-se.

CAMUFLAGEM
Outro ponto que chama atenção na região pela aglomeração em plena pandemia é o Muquirana’s Bar, no bairro Jardim, em Santo André. Depois de denúncia de descumprimento de regras publicada pelo Diário, o local instalou películas escuras para dificultar a visualização do interior, mas no fim de semana foi possível observar lotação na casa.




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