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Trem turístico pode voltar a Paranapiacaba
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
30/11/2003 | 19:23
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A Prefeitura de Santo André está disposta a bancar os custos para a reativação do trem turístico de Paranapiacaba nos fins de semana. A idéia é fretar uma composição da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que seria puxada por uma locomotiva a diesel da MRS Logística. Além das duas empresas, está envolvido nas negociações o Ministério dos Transportes.

A Vila está sem trens de passageiros desde novembro do ano passado, quando a rede de transmissão aérea cedeu. A CPTM não restabeleceu a fiação e disse que só retomaria o serviço se alguma empresa ou a própria Prefeitura custeasse a manutenção. Atualmente, o trem chega só até Rio Grande da Serra. Quem precisa ir a Paranapiacaba, tem de pegar um ônibus.

No projeto da Prefeitura, a locomotiva a diesel descartaria a manutenção da rede elétrica e minimizaria os gastos.

De acordo com o subprefeito de Paranapiacaba e Parque Andreense, João Ricardo Caetano, a conversa dessa vez está bem adiantada. Em 15 de dezembro ele irá a Brasília se reunir com o diretor de Relações Institucionais do Ministério dos Transportes, Afonso Carneiro Filho, sobre a situação. “Na conversa que tivemos, a MRS está disposta a nos ceder uma locomotiva para puxar o trem e aí só faltaria a CPTM concordar com o fretamento.”

A maior preocupação, segundo Caetano, seria a resistência da CPTM em liberar o serviço, temendo uma pressão popular para que os trens voltem a chegar todos os dias até Paranapiacaba. “Explicamos que não corremos esse risco porque o que queremos é um trem turístico, só para fins de semana. A demanda dos moradores tem sido atendida por ônibus.”

Afonso Carneiro Filho, do Ministério, disse que a intenção de Santo André está de acordo com o programa federal de retomar as linhas ferroviárias de passageiros paralisadas. “Estamos disponíveis para ajudar a Prefeitura ou qualquer empresa privada a gerenciar esse trecho, como também estamos trabalhando em outras linhas do país. Podemos até disponibilizar vagões antigos para serem recuperados e colocá-los para funcionar, mas nada impede que uma linha funcione experimentalmente para conhecer a demanda, como parece ser o caso de Paranapiacaba.”

Se depender da vontade do subprefeito, o trem volta a funcionar o mais rápido possível. “Existe a possibilidade de a Rede (RFFSA - Rede Ferroviária Federal) nos fornecer vagões, mas, como eles teriam de ser restaurados, acho que demoraria mais para a gente colocar os trens para circular. Nada impede, porém, que, enquanto os trens da CPTM estiverem circulando, os outros vagões possam ser restaurados”, argumentou Caetano.

Segundo o subprefeito, o custo de cada viagem com os trens fretados seria de R$ 6 mil e a Prefeitura assumiria os gastos até alguma empresa se interessar em operar a linha. “A nossa idéia é que, com a linha operando, a Prefeitura encontre um parceiro que explore esse trecho. Não queremos operar essa linha. Mas, para colocar em funcionamento, estamos dispostos a assumir esse ônus.”

Os representantes da CPTM e da MRS Logística não foram encontrados pelas suas respectivas assessoria de imprensa para comentar a situação.




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