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A face realista de Segall
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
29/01/2008 | 07:00
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Para marcar o cinqüentenário da morte de um dos nomes mais representativos da cultura nacional, o Sesi abre para o público hoje, em São Paulo, uma exposição inédita do pintor Lasar Segall (1891-1957). Intitulada Segall Realista, a mostra tem entrada franca e foi aberta ontem para convidados.

Ao todo são 150 obras do artista – um dos precursores do Modernismo no País – entre pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, gravuras e esculturas.

Parte significativa das telas expostas, entre elas Interior de Pobres II e Pogrom, integra o acervo do Museu Lasar Segall, que comemora 40 anos de fundação. “Na década de 1990, realizamos várias exposições internacionais, mas desde os anos 1970 não fazemos uma exposição tão grande aqui no Brasil”, afirma a diretora do museu, Denise Grinspum.

PARADOXOS

A mostra, que fica em cartaz até 10 de março e tem curadoria do professor e historiador Tadeu Chiarelli, reúne produções de diversas etapas da carreira de Segall, com ênfase no período que vai de 1920 a 1940.

Segundo Denise, o foco nessa fase pretende demonstrar os paradoxos do renomado pintor, nascido na Lituânia e naturalizado brasileiro. Ela explica que, embora o artista tenha participado do movimento expressionista (que colocou em primeiro plano a subjetividade da arte), conciliou o interesse pelos temas clássicos e modernos.

“Nesse período, apesar de Segall ter se voltado para o classicismo (corrente que exalta os valores da antiguidade clássica, entre eles a pureza e o equilíbrio), não perdeu o foco na modernidade”, afirma a diretora.

MORRO VERMELHO

Ainda conforme Denise, um exemplo da produção paradoxal do pintor é o quadro Morro Vermelho (1926). “Nesse quadro, o Segall vive mais intensamente os paradoxos do classicismo e da modernidade. Fez uma madona, uma figura que  inspira pintores desde a Renascença, mas pintou uma madona negra e reconstruiu essa figura de uma maneira extremamente moderna.”

TARSILAOutra artista ligada ao modernismo, Tarsila do Amaral tem sua mostra em cartaz até 16 de março na Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, 2, São Paulo. Tel.: 3324-1000), A exposição Tarsila Viajante reúne 35 pinturas e 120 desenhos inspirados nas viagens da pintora. A mostra fica aberta de terça a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 4 e R$ 2 (meia-entrada). Grátis aos sábados.



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