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Justiça endurece jogo com grevistas
Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
03/06/2011 | 05:23
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A Justiça do Trabalho aumentou o rigor contra motoristas e cobradores de ônibus da região. Após os trabalhadores terem recusado, em assembleia realizada na terça-feira, a proposta de reajuste de 8%, o Poder Judiciário reduziu a oferta e marcou para hoje, às 13h, o julgamento da greve. Em audiência de conciliação realizada na tarde de ontem no Tribunal Regional do Trabalho, na Capital, a juíza Sônia Franzini propôs reajuste de 7,8%, sendo 6,3% de reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor e mais 1,5% de aumento real. Os grevistas querem 15%.

A proposta do tribunal reduz também o reajuste do vale-refeição. Inicialmente, os patrões haviam oferecido 10% de aumento no benefício, que também seria estendido ao período de férias. A oferta da juíza era repor apenas os 6,3% da inflação e retirar o tíquete nas férias.

Outra decisão judicial exige mais ônibus nas ruas. Para evitar multa diária de R$ 200 mil, o sindicato dos rodoviários deve manter circulação mínima de 80% da frota durante todo o dia. Em liminar emitida na quarta-feira, a Justiça exigia 60% fora dos horários de pico.

Sem acordo entre as partes, a greve continua por mais um dia. Mesmo com a redução, o presidente do sindicato, Francisco Mendes da Silva, o Chicão, garantiu que defenderia a proposta para os trabalhadores. No entanto, afirmou que não teria condições de realizar assembleia após o fim da audiência, que acabou perto das 17h30. "A categoria já se dispersou, não tenho como reunir todos agora. Vamos fazer assembléia amanhã (hoje). Por outro lado, não posso aceitar isso sozinho, sem a votação da categoria."

A juíza, então, retirou a proposta, que só seria mantida caso fosse aceita imediatamente, seguida pelo retorno ao trabalho dos empregados. "Não podemos estender isso por mais um dia, pois é mais um dia em que o Grande ABC amanhece no caos", afirmou a magistrada.

A categoria se reúne em assembleia às 9h na sede do sindicato, em Santo André. Às 13h, no TRT, será realizado o julgamento da greve. O relator sorteado para decidir o futuro do movimento é o desembargador Celso Furtado de Oliveira. A partir de agora, cabe a ele decidir quanto os trabalhadores receberão de reajuste, além de definir sobre o desconto dos dias não trabalhados.

 

Servidores de Diadema ainda esperam pelo aumento

Enquanto cobradores e motoristas de ônibus ainda planejavam a greve, servidores públicos de Diadema já haviam iniciado e terminado paralisação de 23 dias, que começou no fim de abril. No início, o movimento diminui o atendimento em serviços como Educação e Saúde. Mais tarde arrefeceu.

A proposta da Prefeitura é de reajuste de 10,6% em parcelas, a primeira em dezembro. A administração sinaliza que não pode oferecer mais para não descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. A categoria dispensou a oferta e quer pelo menos 6% de aumento neste ano. Além disso, sustenta que a administração pode fazer acordo melhor. As negociações prosseguem.

Em São Caetano, os 6.000 funcionários públicos conquistaram, no fim de maio, 6,3% de reajuste, embora reivindicassem 35%. Alguns benefícios, como vale-transporte e cesta básica, tiveram acréscimos menores de R$ 10.

Em Ribeirão Pires, também em maio, a administração anunciou que os salários dos servidores terão aumentos que variam de 6% a 31%, o que vai provocar impacto orçamentário de R$ 8 milhões nas contas do município.

Existem negociações e greves, no entanto, que não terminam em nada além de transtornos para os cidadãos. Em 2003, pedindo reajuste de 63%, os servidores de Mauá voltaram ao trabalho depois de 13 dias de paralisações e nenhum aumento.

Há quatro anos, a Guarda Civil Municipal de São Bernardo cruzou os braços por um mês e saiu de mãos abanando. Os grevistas pediam 84% de reajuste, mas não conquistaram nada e voltaram ao trabalho.

Saindo da esfera municipal, a greve dos trabalhadores da Sabesp começou e terminou na quarta com a categoria aceitando aumento de 6,39% e outros benefícios.

Os professores da rede estadual entraram em greve pela última vez em março de 2010. Segundo o Estado, a adesão foi de menos de 1%. A reivindicação de 34,3% de reajuste não foi atendida. (da Redação)




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