Setecidades Titulo Teteus Bionic
Aos 12 anos, prodígio de Mauá quer mudar o mundo
Juliana Stern
Especial para o Diário
28/05/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Matheus Barbosa Moraes, 12 anos, é professor de programação e desenvolvedor de games, palestrante e tem um canal no Youtube – Teteus Bionic –, em que aborda assuntos de astronomia, robótica e inteligência artificial. O pequeno prodígio, morador de Mauá, também é embaixador mirim da IBM (International Business Machines,empresa norte-americana voltada à área de informática). Embora ainda esteja no Ensino Fundamental em unidade da rede pública, o garoto já sabe bem o que deseja para o futuro. “Quero ser um dos astronautas que têm de cuidar dos programas e problemas dentro de uma espaçonave.”

O caminho de Teteus no mundo da programação começou tão logo ele aprendeu a ler, com 7 anos. O pai, Michael Jackson Moraes, 37, programador há 20 anos, ensinou ao garoto o ofício. “Ele queria aprender com o pai, mas não fazer igual. Queria programar jogos”, conta a mãe, Patrícia Barbosa Moraes, 38. Um ano depois, o projeto Família CyberEduca, que oferece aulas de programação gratuitas para crianças e adolescentes de Mauá, entrava em prática, com Teteus como cofundador e professor. “Ele mesmo falou: o que eu aprendi quero ensinar outras crianças. Meu marido já queria fazer um projeto para a Educação, então os dois sentaram e escreveram. Fui a última a saber.”

A partir do Família CyberEduca diversas portas se abriram para o pequeno. Foi convidado para palestrar sobre programação, robótica e astronomia em eventos de tecnologia pelo Brasil, como o Arduino Day e a Campus Party, cuja edição de Salvador, no ano passado, levou 300 pessoas para assistir ao garoto falar durante uma hora sobre astronomia. Já no Science Day, em colaboração com a Nasa, ministrou oficina para 30 alunos.

O conhecimento acerca dos astros foi adquirido por Teteus a partir da leitura de textos acadêmicos na internet (em inglês) e por meio de conversas com especialistas da área. “Vejo muitas teorias e, com base nelas, crio as minhas próprias. Pego a teoria de um outro e dou uma melhoradinha por cima. É como alguém fazer um bolo e eu colocar o caramelo”, define o prodígio.

Teteus foi nomeado embaixador mirim da IBM por projeto que simula a criação de satélite natural – criou juntando o scratch (linguagem de desenvolvimento de jogos) com o arduino (plataforma simples de robótica). “Minha ideia inicial era colocar satélite artificial girando ao redor do Sol para pegar informações da Terra. O programa simula o sistema solar, onde o satélite fica se movimentando até chegar a certo nível de distância do planeta. Eles têm de estar sincronizados, perto o suficiente para que ele (o satélite) possa pegar as informações e enviar para o computador.

Posso captar dois tipos de informação: as medidas da força magnética e de distância, que é feita em relação ao Sol.”
Teteus já foi chamado de gênio, mas não concorda com a afirmação. “Um gênio não se define pelo conhecimento. Se define pela inteligência, pela capacidade e velocidade de aprender, e pela habilidade de conectar pontos que parecem não ter conexão. Acredito que sou só um pouco gênio”. Apesar do conhecimento avançado, o garoto não perde o lado ‘moleque’. “Nas palestras, aulas e oficinas ele se solta como se fosse brincadeira. Continua sendo a criança arteira de sempre”, diz a mãe.

Seu propósito é mudar o mundo, começando pelos pequenos. “Quando você é criança, a maior parte dos pais não acredita em você. Sem esse incentivo, uma criança, que conseguiria fazer algo importante, não tem interesse”, considera Teteus. 




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