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Ribeirão Pires aprova projeto polêmico
Por Bignardi Junior
Do Diário do Grande ABC
19/04/2007 | 07:00
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Na contramão do que pede a maioria da população, Ministério Público e até o Senado, a Câmara de Ribeirão Pires aprovou na sessão de terça-feira projeto que libera a venda de bebida alcoólica em lojas de conveniência localizadas nos postos de gasolina. Apresentado pelos vereadores Antonio Muraki (DEM) e João da Silva Lessa (PSDB), o projeto revogou dois parágrafos da lei de 1997, que proibia a comercialização.

Com votação favorável de 8 a 3, o que mais chamou a atenção foi a argumentação de alguns parlamentares favoráveis. Além dos autores, votaram a favor da liberação os vereadores Edinaldo de Menezes, o Dedé (PDT), José Nelson (PDT), Saulo Benevides (PV), Gilson Hamada (PTB), Acriz Dutra Caldeira, o Jacaré (PSDB), e José Maria Adriano (PMDB).

O argumento utilizado por Muraki, líder de governo, para a autorização foi o “embelezamento” da cidade. “Fui proprietário há 25 anos e sei que um posto de gasolina bem montado é um chamariz para a clientela. Tivemos uma reunião com três proprietários e ficou decidido que eles farão um grande trabalho nestas localidades, o que será um ganho para a cidade”, defendeu.

Já o peemedebista Adriano afirmou que em todos oas municípios do Grande ABC, “em São Paulo e até no Brasil”, os postos de gasolina vendem bebidas alcoólicas e não há razão alguma para Ribeirão Pires seguir na contramão.

“Não traz prejuízo a ninguém. Quem nunca bebeu alguma vez na vida, que diga aqui. Eu já bebi e assumo. Não vejo motivo para Ribeirão Pires proibir e ser exemplo para a vizinhança”, emendou Adriano.

Os posicionamentos utilizados pelos defensores da liberação causaram constrangimento. Os demais favoráveis preferiram não se manifestar a respeito.

Não à comercialização - Na outra ponta, os vereadores José Vicente de Abreu, o Vicentinho (PHS), Edson Savietto, o Banha (Psol), e Elza da Silva Carlos, a Professora Elzinha (PT), juastificaram os votos contrários que deram à medida.

Vicentinho alegou a facilidade que terão adolescentes e jovens em adquirir bebida alcoólica. “Todos sabemos que à noite, nestes locais, existe uma concentração muito grande de jovens. Já cheguei, inclusive, a ver menores de idade nestas aglomerações. Tenho filhos e falo por eles e por todos os pais de Ribeirão Pires que também se preocupam com a venda, livremente, de bebidas alcoólicas”, disse.

Ele lembrou ainda da aglomeração formada nessas lojas, principalmente pelo excesso de carros com porta-malas abertos e som acima do limite permitido para o horário. “Não há fiscalização. É inconcebível, mas infelizmente é o que acontece aqui na cidade.”

Banha criticou a fiscalização no município que, segundo disse, é inexistente. “Por volta da 1h, a impressão é de que está tudo liberado. Não existe fiscalização alguma, seja municipal ou da polícia militar. Fiquei sabendo de criança que comprou cerveja a R$ 0,25. Um absurdo.”

Elzinha lembrou que o projeto só beneficia os donos de postos de gasolina. “A população de Ribeirão Pires só perde. O projeto vai contra ao que o Brasil clama: por mais segurança. E não é vendendo bebida em lojs de conveniência que teremos segurança.”




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