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Polícia Civil flagra criação e venda irregular de coelhos em Diadema

Animais eram mantidos junto com galos e galinhas e vendidos para o consumo

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
23/12/2020 | 00:01
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Policiais da Dicma (Delegacia de Investigações de Crimes contra o Meio Ambiente) de Diadema flagraram, na manhã de ontem, criação clandestina de coelhos na Vila Conceição. Os animais, mantidos junto com galos e galinhas, estavam submetidos à situação de maus-tratos. Os coelhos eram vendidos para consumo, abatidos com porrete e limpos na residência do aposentado José Messias Filho, 83 anos.

Foram apreendidos 23 coelhos, entre adultos e filhotes, e muitos apresentavam sinais de sarna, fungos e outras doenças. Os galos e galinhas, segundo o proprietário, não eram vendidos para consumo humano. Foram apreendidas 15 aves.

A filha do proprietário do imóvel, uma professora de 61 anos que não quis se identificar, negou que os animais fossem abatidos no local. “Há muito tempo sim, tinha um irmão que ajudava meu pai com isso. Hoje não, ele só vende os bichos vivos”, afirmou. “Meu pai é um idoso, se trata de câncer, não precisava tanta gente aqui. A gente já estava se organizando para mandar as galinhas e galos para um sítio e íamos doar os coelhos”, afirmou. A professora não mora com os pais na residência onde os animais eram criados.

O agente policial Sidney Santos, responsável pela operação, explicou que a perícia foi acionada para ir até o local fazer os registros e constatar os maus-tratos, para posterior elaboração de laudo. O responsável pelo imóvel foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. Por se tratar de coelhos e galináceos, o responsável foi liberado para responder em liberdade. Na sexta-feira da semana passada, fiscais da Secretaria do Meio Ambiente de Diadema estiveram no local e, diferentemente do que foi visto ontem, atestaram que o ambiente estava limpo e os animais, bem cuidados.

Integrantes de ONGs (Organizações Não Governamentais) de defesa animal acompanharam a ação e vão ficar com os bichos apreendidos. A veterinária do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Diadema Carla Cruz também integrou a equipe. A médica-veterinária afirmou que as doenças que os coelhos apresentam podem levá-los à morte, e que o consumo da carne dos animais representa risco à saúde. 

“Agora que vão ser tratados, eles têm chance de recuperação”, afirmou. “Existe uma lei municipal que autoriza a criação de coelhos, desde que seja em local adequado, o que não é o caso.”

A professora Danielle Alcantanilha, 41, integrante da ONG Focinhos Carentes, de Santo André, conseguiu um lugar para onde os galos e galinhas foram enviados, em São Caetano. Os coelhos vão ficar com a enfermeira e estudante de veterinária Solange Ferreira, 50, presidente de entidade, que também atua com proteção animal.




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