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Para alegrar ambiente, casal monta decoração de Natal sob viaduto em Sto.André

Família vive no local há dois anos e aproveita ornamentos doados ou encontrados no lixo

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
06/12/2019 | 07:00
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Denis Maciel


Dia 20 de novembro é a data em que Maria Madalena Rosa, 49 anos, monta a decoração de Natal de sua residência anualmente. Mesmo morando com o marido, Maxmiliano da Silva, 40, embaixo do Viaduto Alfredo Pujol, em Santo André, há dois anos, a tradição continua. “Eu sempre decorei minha casa e enfeito aqui porque alegra quem passa”, conta.

Atualmente, Maria Madalena, ou apenas Madalena, como prefere, utiliza ornamentos encontrados no lixo, caso do pinheiro, das bolas e do pisca-pisca, ou doados, a exemplo do presépio que exibe com orgulho. “Principalmente a criançada, gosta muito. Tem algumas que querem parar até para tirar foto”, relata. A tradição só termina em 6 de janeiro, Dia de Reis, quando a decoração natalina é desmontada. 

O casal foi morar no local após perder a escritura de apartamento do Minha Casa, Minha Vida. “A casa onde eu morava antes não estava no meu nome, eu pagava aluguel, então a escritura saiu no nome de outra pessoa”, explica. Assim, com dificuldade de encontrar emprego em razão da idade, a família depende da reciclagem e dos trocados de motoristas que estacionam sob o elevado. “Não tenho condições de alugar uma casa quando o quilo do papelão custa só R$ 0,10.”

A renda, que Madalena prefere não estimar, também ajuda a sustentar o filho, que está preso. Nos últimos dias, apenas o marido está conseguindo trabalhar, uma vez que ela se machucou e está com dificuldade para andar. “Quando eu consigo recolher bastante material, acontece isso (contusão). Passei com o carrinho em cima do meu pé”, lamenta.

Ainda que a situação esteja difícil, Madalena garante que nunca chegou a passar fome, graças a doação de vizinhos e de pessoas que passam no local. Roupas e mobílias também nunca faltaram. “Cheguei a ajudar uma mulher a montar uma casa só com móveis que encontrei no lixo ou ganhei de doação. Recebo muitas coisas, algumas pessoas (moradoras de rua) sempre passam e perguntam se tem alguma roupa para elas e eu sempre tenho”, afirma.




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