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Consórcio pede R$ 111 mi para o Piscinão do Paço

Obra antienchente foi orçada inicialmente
em R$ 296 mi, mas pode chegar a R$ 408 mi

Felipe Siqueira
Especial para o Diário
12/01/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O Consórcio Centro Seco, formado pelas empresas OAS e Serveng Civilsan, responsável pela obra do Piscinão do Paço de São Bernardo, informou ao prefeito Orlando Morando (PSDB) que necessitará de mais R$ 111 milhões para concluir o projeto antienchente. A construção do reservatório – juntamente com galerias de captação de águas de vias importantes do Centro da cidade – foi estimada em R$ 296,9 milhões. Ou seja, para finalizar o empreendimento, o consórcio diz precisar aumentar em 37,5% a quantia inicial – o piscinão pode consumir R$ 408 milhões de recursos públicos para ser efetivado.

Antes de deixar a Prefeitura, Luiz Marinho (PT) afirmou que a obra seria entregue até o dia 20 de março, mas que faltavam R$ 50 milhões para financiamento. O petista havia cobrado os governos do Estado e federal pelo não cumprimento de repasses – o governador Geraldo Alckmin (PSDB), por exemplo, assegurou que transferiria R$ 50 milhões, entre 2015 e 2016, para instalação de cobertura no reservatório.

Assim como no caso do Hospital de Clínicas, que tem custo mensal de R$ 7 milhões e deverá ser negociado para ser pago numa parceria com o Estado, Morando revelou ontem que vai buscar ajuda do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do governo estadual. “(A situação) É um desrespeito ao dinheiro público”, falou.

Após visitar a obra do piscinão, o chefe do Executivo se disse indignado. Questionou o fato de existirem galerias subterrâneas para levarem a água proveniente das chuvas ao local em frente à sede da Prefeitura. “O Paço não precisa de galerias, a água desce por gravidade. (Se fizesse) Galerias externas seria muito mais barato”, projetou Morando. “Não faz sentido ter um túnel de 6,2 metros de diâmetro (no Centro da cidade)”, completou.

Por enquanto, a obra não vai parar. Isso porque ainda existe, conforme Morando, contrato predeterminado que ainda não foi consumido. Mas que, depois de finalizado, a Prefeitura não tem possibilidade de custear o resto das operações.

ATRASOS
Ao longo dos anos, Marinho culpou diversos entes públicos pelos atrasos no empreendimento, que foi utilizado como vitrine eleitoral do candidato à Prefeitura da cidade pelo PT, Tarcisio Secoli. De acordo com Marinho, Alckmin nunca repassou os R$ 50 milhões prometidos. O governo do Estado afirmou que não enviou verba por problemas legais com o Cadin (Cadastro Informativo dos Créditos Não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais).

Além deste caso, Marinho também citou atraso no pagamento de verbas prometidas pelo Ministério das Cidades. O valor seria de R$ 57 milhões, que deveria ser utilizado para construção de serviços de galerias que iriam permitir a absorção da água. Na ocasião, o Ministério das Cidades alegou que existia conta vinculada, com valor de R$ 14,8 milhões, que poderiam ser utilizados à medida em que o contrato fosse cumprido.

No meio do projeto, a OAS, envolvida na Operação Lava Jato, chegou a demitir 200 funcionários da obra no Paço, paralisando os serviços. Morando evitou dar prazos de conclusão do projeto e disse que vai analisar o pleito do Consórcio Centro Seco. 

Seis carros oficiais são entregues para a GCM

Em evento na manhã de ontem, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), anunciou a entrega de seis carros oficiais para a GCM (Guarda Civil Municipal) da cidade. A informação foi passada à população em evento realizado na Praça São João Batista, no Rudge Ramos. Os automóveis estavam à disposição do gabinete do prefeito, para o vice-prefeito e os secretários na gestão de Luiz Marinho (PT).

Além disso, Morando afirmou que 26 veículos sob contrato de locação serão devolvidos, sem prejuízo para a empresa prestadora de serviços, resultando numa economia de cerca de R$ 3 milhões ao fim deste ano. Somando os custos de manutenção e combustível que os seis carros pertencentes à Prefeitura demandavam, o valor da economia vai para R$ 3,5 milhões em 2017.

Dentre os automóveis que eram patrimônio do Executivo de São Bernardo estão, segundo o vice-prefeito e secretário de Serviços Urbanos, Marcelo Lima (SD), um Volkswagen Bora (que era utilizado pelo ex-prefeito Luiz Marinho), um Ford Focus (à disposição do ex-vice-prefeito Frank Aguiar), além de outros três carros utilizados por secretários. Na lista há também uma Mercedes-Benz Sprinter. No governo anterior, de acordo com Morando, ela era utilizada para apresentar o município ao secretariado. Agora, servirá como base comunitária móvel.

“A maioria (dos secretários) nasceu ou vive aqui há muitos anos. Os que vieram de fora tiveram o tempo de transição de governo para poderem conhecer bem a cidade”, afirmou Morando. “Como foi um compromisso nosso de não ter mais carro oficial, estamos entregando esses seis (para a GCM), e, estou muito feliz, porque, na próxima semana, já vou ver esses carros sendo utilizados por eles”, completou. De acordo com o chefe do Executivo, a frota da GCM de São Bernardo está velha e com falta de veículos e, que, agora, terá carros em perfeito estado. 




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