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Pulando para brincar

Espaços tomados por camas elásticas recebem crianças dispostas a gastar muita energia

Por Luís Felipe Soares
Diário do Grande ABC
17/12/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Gastar energia em espaços montados para que os visitantes se divirtam pulando. Uma novidade desta temporada foi a popularidade de áreas tomadas por reunião de camas elásticas de diferentes tamanhos.

O Grande ABC conta com endereços para fãs desse tipo de passatempo, casos do Free Jump Park, em São Caetano, e do UP Trampolim Park, localizado em São Bernardo. Em média, os preços custam R$ 45 por direito a uma hora de brincadeira. Além das camas elásticas, também estão disponíveis fitas de slackline (corda bamba), briga de cotonetes gigantes e cestas de basquete. Parte do público também já deve ter visto atrações temáticas montadas dentro de praças de shoppings espalhados pela região.

Fabricio Basagni Cornita de Carvalho, 10 anos, conheceu um desses lugares quando sua mãe propôs alternativa para que não ficasse o sábado todo jogando no tablet. “Achei legal desde quando entrei. É bem diferente. Tem várias opções, mas em todas você fica pulando. Hoje, prefiro mil vezes pular do que ficar no computador”, comenta. “Gosto da escalada, pois, quando você chega no topo, tem que se jogar na espuma. Não machuca.”
Outro diferencial da brincadeira é a sensação de liberdade. Davi Escudero Caproni, 11, confessa que é agitado e se sentiu à vontade em uma das arenas. “Costumo pular bastante em casa. Dou certo trabalho para minha mãe e para a vizinha de baixo. Aqui posso brincar mais tranquilo”, explica o menino, que não demorou nem 15 minutos para se cansar – mas nada que alguns respiros e goles d’água não resolvessem.

EXCURSÃO - Alunos do Liceu Di Thiene, de São Caetano, participaram de projeto de Educação Financeira, onde juntaram dinheiro com economias e ajuda em pequenas ações em casa, como jogar o lixo fora. Com o valor arrecadado, os estudantes votaram para a realização de excursão para o Free Jump Park, onde diferentes salas se reuniram para festejar o fim do ano.

“Tínhamos que resolver esse sonho coletivo por causa do trabalho e o pessoal comentou do parque. A corda bamba é meio impossível, mas também é bem legal quando você cai”, diz Gabriela Oliveira Rizzo, 11. “Não sabia que existia esse tipo de lugar. Achei bom a parte da queimada, que a gente joga ao mesmo tempo que fica pulando”, completa a amiga Giovana Luca Barreto, 9.

Murilo de Oliveira Zoleti, 8, arrumou as camas de casa, guardou os brinquedos para ajudar no projeto escolar e aprendeu que guardar dinheiro pode ser recompensador. “A guerra de cotonete é bacana, dá para bater e não dói. Lá na escola já teve esse tipo de brincadeira e quero ganhar dessa vez”, conta o garoto, antes de sair correndo pelos trampolins.

Aquecimento e equilíbrio ajudam a atividade

Apesar das arenas com diversas camas elásticas serem convidativas para brincadeiras, o público deve ficar atento para certos cuidados a serem tomados antes e durante os pulos. Qualquer atenção é importante, principalmente diante de atividade que pode reunir muitas pessoas ao mesmo tempo.

Recomenda-se que o primeiro passo para começar seja a realização de um pouco de aquecimento, feito para que o corpo se prepare para as ações intensas que virão. Corridas curtas, alongamentos dos músculos e rápidas brincadeiras ajudam e podem evitar certas lesões no ato do exercício.

Nos pula-pulas, é preciso se manter em pé o tempo todo. A questão do equilíbrio deve ser levada em conta, uma vez que as chances de impacto entre os participantes nesse tipo de brincadeira aumentam. Uma batida de cabeça, por exemplo, pode gerar ferimentos e, dependendo da força, até fraturas mais sérias. A supervisão de adultos e responsáveis nos parques é essencial para a proteção de todos. Detalhe que o acesso aos trampolins e aos brinquedos nos parques é feito somente com meias antiderrapantes, que ajudam a não escorregar – os itens são vendidos nos locais ou as crianças já podem chegar com suas próprias meias especiais.

Apesar das camas elásticas gerarem extrema movimentação, não há restrições quanto a reflexos dessa agitação na cabeça dos pequenos participantes. Se não houver queda ou batida direta na área, o cérebro será responsável somente por pensar em ideias do que fazer no parque.

A ginástica de trampolim faz parte dos Jogos Olímpicos desde 2000. Na Olimpíada de 2016, ocorrida no Rio de Janeiro, as medalhas de ouro ficaram com Uladzislau Hancharou (Belarus) e Rosannagh MacLennan (Canadá);

O desenvolvimento das camas elásticas ocorreu nos circos. Em 1936, o ginasta George Nissen, dos Estados Unidos, foi o primeiro a usar o aparelho para fins esportivos.

Consultoria de Ricardo Leme, médico coordenador do Departamento de Neurologia do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo. 




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