Entidade promete indicar dois representantes ao grupo estadual que analisa futuro do projeto
O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC inicia hoje as discussões a respeito da participação de integrantes do colegiado no grupo criado pelo governo estadual que analisa o futuro modal de transporte público a ser implementado no traçado da Linha 18-Bronze, cujo projeto original, assinado em 2014, prevê sistema de monotrilho.
Anunciado há menos de um mês pelo governador João Doria (PSDB), o grupo, coordenado pela STM (Secretaria de Transportes Metropolitanos), está restrito a técnicos da gestão estadual. No entanto, conforme antecipado pelo Diário na última semana, o Palácio dos Bandeirantes admitiu a possibilidade de o comitê contar com apoio de “outras instituições”, inclusive, quadros técnicos do Consórcio, que já haviam sido colocados à disposição pela entidade.
De acordo com o presidente do Consórcio e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), a proposta será colocada em votação hoje na assembleia de prefeitos. Em caso de aval do colegiado, a previsão é a de que sejam sugeridos ao Estado a participação de ao menos um técnico do GT (Grupo de Trabalho) de Mobilidade, que analisa há cinco anos as discussões a respeito do tema, além de prefeitos interessados. “A proposta é que a entidade possa participar ativamente desta discussão aberta pelo governador João Doria para que seja possível encontrar alternativa de modal que atenda a necessidade de todos os usuários.”
O governo do Estado promete apresentar em junho amplo estudo sobre a opção mais econômica e com melhor custo-benefício de modal a ser incorporado à Linha 18-Bronze – projetado para ter 13 estações, saindo da parada Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André.
Na avaliação de Paulo Serra, o período deve ser utilizado por representantes do Estado para análise de três critérios, considerados por ele, essenciais para o desenvolvimento do projeto: custo, capacidade de transporte e tempo de viagem. “É fundamental entender a necessidade de moradores que dependem do transporte público e compreender a atual fase econômica do País”, pontou.
Doria sinaliza que fará troca de modelo durante evento na Capital
O governador João Doria (PSDB) sinalizou ontem que promoverá mudanças no modal programado para a Linha 18-Bronze, no entanto, não cravou a substituição do monotrilho pelo BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus). “Houve um erro, a nosso ver, do governo que nos antecedeu, mas ao invés de ficar apenas culpando o passado, vamos tratar de encontrar soluções para o presente e o futuro”, afirmou o tucano durante cerimônia de inauguração da estação Campo Belo da Linha 5-Lilás do Metrô.
Doria já havia prometido apresentar resultado sobre a possível mudança em junho. “Esse planejamento que o secretário (de Transportes Metropolitanos) Alexandre Baldy tem conduzido será apresentado em breve.”
Um dos principais entraves para a construção do monotrilho tem sido o alto custo das desapropriações – em torno de R$ 600 milhões.
Vem ABC diz que há contrato a cumprir
Sob a alegação de que o governo do Estado tem um contrato a cumprir – a PPP (Parceria Público-Privada) cujo objetivo é a construção da Linha 18-Bronze, o diretor presidente da concessionária Vem ABC, Maciel Paiva, diz não acreditar que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), possa alterar o modal do sistema que ligará o Grande ABC à Capital.
“De 100% do trajeto em que o monotrilho pode trafegar, ao menos 90% da área está apta para receber a construção (da linha)”, declarou Paiva. O governo do Estado alega que o custo da desapropriação é o principal entrave para a concretização da linha. “Sabemos que não é bem assim. Se, por um acaso o governador escolher o BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus) para fazer a ligação do Grande ABC com a Capital, sabemos que o valor da desapropriação será bem maior, já que o BRT é um veículo de superfície.”
Ainda conforme Paiva, assim que a decisão for oficializada por Doria, a Vem ABC precisará ser notificada pelo Estado para que possam iniciar análise de como proceder com a parceria, firmada em 2014. “Temos um contrato a ser cumprido. A hora que o Estado chamar a gente para conversar, a gente vai lá. Mas até agora não recebermos qualquer tipo de informação oficial.”
O Consórcio Vem ABC solicitou uma reunião com o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, exatamente para tratar das questões pendentes no projeto executivo já realizado, porém, até o momento, Baldy tem alegado que, por motivos de agenda, não pode receber a concessionária. “Para iniciar o projeto está faltando apenas o recurso público”, pontuou Paiva. Com investimento original previsto em R$ 4,26 bilhões, o projeto de construção do monotrilho previa investimento de R$ 252 milhões do Tesouro do Estado.
FALA POVO
“O Metrô é bem prático, ainda mais em dias de trânsito e chuva. Até deixaria o carro em casa.”
Gabriela Alves, 23 anos, secretária e moradora de Diadema.
“Deixaria, com certeza, o carro em casa para ir a São Paulo, por exemplo.”
Fabiano Nunes de Carvalho, 41, barbeiro, morador de São Beranrdo.
“O Metrô iria diminuir as baldeações e seria mais confortável, principalmente para os idosos.”
Ana Severina Galino, 74, dona de casa, moradora de Santo André.
“Pelo número de pessoas que sai do Grande ABC e vai para São Paulo, o melhor é o Metrô.”
Jamier Machado Torres, 33, consultor, morador de Mauá.
“Se for para escolher entre BRT e Metrô, fico com Metrô. Uso quando estou em São Paulo.”
Leonardo de Melo Alencar, 24, líder de operação, morador de Diadema.
“Com o Metrô teremos menos tempo de espera, porque é um sistema muito mais rápido.”
Geane Maria da Silva, 34, secretária do lar, moradora de Santo André.
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