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Consórcio inicia debate sobre modal da Linha 18

Entidade promete indicar dois representantes ao grupo estadual que analisa futuro do projeto

Por Daniel Macário
Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
09/04/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC inicia hoje as discussões a respeito da participação de integrantes do colegiado no grupo criado pelo governo estadual que analisa o futuro modal de transporte público a ser implementado no traçado da Linha 18-Bronze, cujo projeto original, assinado em 2014, prevê sistema de monotrilho.

Anunciado há menos de um mês pelo governador João Doria (PSDB), o grupo, coordenado pela STM (Secretaria de Transportes Metropolitanos), está restrito a técnicos da gestão estadual. No entanto, conforme antecipado pelo Diário na última semana, o Palácio dos Bandeirantes admitiu a possibilidade de o comitê contar com apoio de “outras instituições”, inclusive, quadros técnicos do Consórcio, que já haviam sido colocados à disposição pela entidade.

De acordo com o presidente do Consórcio e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), a proposta será colocada em votação hoje na assembleia de prefeitos. Em caso de aval do colegiado, a previsão é a de que sejam sugeridos ao Estado a participação de ao menos um técnico do GT (Grupo de Trabalho) de Mobilidade, que analisa há cinco anos as discussões a respeito do tema, além de prefeitos interessados. “A proposta é que a entidade possa participar ativamente desta discussão aberta pelo governador João Doria para que seja possível encontrar alternativa de modal que atenda a necessidade de todos os usuários.”

O governo do Estado promete apresentar em junho amplo estudo sobre a opção mais econômica e com melhor custo-benefício de modal a ser incorporado à Linha 18-Bronze – projetado para ter 13 estações, saindo da parada Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André.

Na avaliação de Paulo Serra, o período deve ser utilizado por representantes do Estado para análise de três critérios, considerados por ele, essenciais para o desenvolvimento do projeto: custo, capacidade de transporte e tempo de viagem. “É fundamental entender a necessidade de moradores que dependem do transporte público e compreender a atual fase econômica do País”, pontou.

 

Doria sinaliza que fará troca de modelo durante evento na Capital

 

O governador João Doria (PSDB) sinalizou ontem que promoverá mudanças no modal programado para a Linha 18-Bronze, no entanto, não cravou a substituição do monotrilho pelo BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus). “Houve um erro, a nosso ver, do governo que nos antecedeu, mas ao invés de ficar apenas culpando o passado, vamos tratar de encontrar soluções para o presente e o futuro”, afirmou o tucano durante cerimônia de inauguração da estação Campo Belo da Linha 5-Lilás do Metrô.

Doria já havia prometido apresentar resultado sobre a possível mudança em junho. “Esse planejamento que o secretário (de Transportes Metropolitanos) Alexandre Baldy tem conduzido será apresentado em breve.”

Um dos principais entraves para a construção do monotrilho tem sido o alto custo das desapropriações – em torno de R$ 600 milhões.

 

Vem ABC diz que há contrato a cumprir

 

Sob a alegação de que o governo do Estado tem um contrato a cumprir – a PPP (Parceria Público-Privada) cujo objetivo é a construção da Linha 18-Bronze, o diretor presidente da concessionária Vem ABC, Maciel Paiva, diz não acreditar que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), possa alterar o modal do sistema que ligará o Grande ABC à Capital.

“De 100% do trajeto em que o monotrilho pode trafegar, ao menos 90% da área está apta para receber a construção (da linha)”, declarou Paiva. O governo do Estado alega que o custo da desapropriação é o principal entrave para a concretização da linha. “Sabemos que não é bem assim. Se, por um acaso o governador escolher o BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus) para fazer a ligação do Grande ABC com a Capital, sabemos que o valor da desapropriação será bem maior, já que o BRT é um veículo de superfície.”

Ainda conforme Paiva, assim que a decisão for oficializada por Doria, a Vem ABC precisará ser notificada pelo Estado para que possam iniciar análise de como proceder com a parceria, firmada em 2014. “Temos um contrato a ser cumprido. A hora que o Estado chamar a gente para conversar, a gente vai lá. Mas até agora não recebermos qualquer tipo de informação oficial.”

O Consórcio Vem ABC solicitou uma reunião com o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, exatamente para tratar das questões pendentes no projeto executivo já realizado, porém, até o momento, Baldy tem alegado que, por motivos de agenda, não pode receber a concessionária. “Para iniciar o projeto está faltando apenas o recurso público”, pontuou Paiva. Com investimento original previsto em R$ 4,26 bilhões, o projeto de construção do monotrilho previa investimento de R$ 252 milhões do Tesouro do Estado.

 

FALA POVO

“O Metrô é bem prático, ainda mais em dias de trânsito e chuva. Até deixaria o carro em casa.”

Gabriela Alves, 23 anos, secretária e moradora de Diadema.

 

“Deixaria, com certeza, o carro em casa para ir a São Paulo, por exemplo.”

Fabiano Nunes de Carvalho, 41, barbeiro, morador de São Beranrdo.

 

“O Metrô iria diminuir as baldeações e seria mais confortável, principalmente para os idosos.”

Ana Severina Galino, 74, dona de casa, moradora de Santo André.

 

“Pelo número de pessoas que sai do Grande ABC e vai para São Paulo, o melhor é o Metrô.”

Jamier Machado Torres, 33, consultor, morador de Mauá.

 

“Se for para escolher entre BRT e Metrô, fico com Metrô. Uso quando estou em São Paulo.”

Leonardo de Melo Alencar, 24, líder de operação, morador de Diadema.

 

“Com o Metrô teremos menos tempo de espera, porque é um sistema muito mais rápido.”

Geane Maria da Silva, 34, secretária do lar, moradora de Santo André.




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