O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), protocolou na Câmara projeto em que pede a oficialização do Museu do Trabalho e do Trabalhador antes do fim de seu mandato, no dia 31 de dezembro. Ao mesmo tempo que corre para concluir obra antes de deixar o governo são-bernardense, o petista planeja conseguir a aprovação da matéria e, assim, dificultar eventual modificação da proposta – caso ela não seja inaugurada –, troca essa já anunciada pelos prefeituráveis que seguem em disputa no segundo turno, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) e o deputado federal Alex Manente (PPS).

O texto redigido pelo governo Marinho foi feito no dia 10, oito dias depois de o candidato do governo, Tarcisio Secoli (PT), fracassar nas urnas e ficar apenas em terceiro lugar na disputa pelo Paço. Tarcisio defendeu publicamente a continuidade dos serviços do museu, sob alegação de contação da história da atividade econômica de São Bernardo.

Alex adiantou que, se eleito e encontrar o projeto inacabado, vai transformar o prédio em pinacoteca e, na parte debaixo, alocará um restaurante Bom Prato, do governo do Estado. Já Morando garantiu que sua projeção é trazer uma Fábrica de Cultura, também programa do governo estadual.

Marinho anunciou que o museu ficará pronto até 31 de dezembro. Atrasado em três anos e depois de passar abandono de dois anos, o canteiro é um dos projetos de maior questionamento da segunda gestão petista. É alvo de investigação do MPF (Ministério Público Federal) e já custou R$ 21 milhões em verbas públicas.<EM>

Um dos procuradores do Legislativo e vai analisar o teor da proposta, Eric César Marques Ferraz adiantou que, caso a obra não seja concluída e que o futuro prefeito queira modificar a finalidade da estrutura, é possível, mas há parte burocrática envolvida. “O que vai acontecer é que o Executivo terá mais dificuldade. Terá de fazer novo projeto de lei, pedindo alteração a este, que também precisa ser votado e aprovado. Vai atrasar um pouco mais”, discorreu.

Presidente do Legislativo, José Luís Ferrarezi (PT) afirmou que ainda não sabe o prazo em que a proposta de validar o museu será colocada para votação no plenário. “Está em trâmite pela Casa. Vai passar pelo parecer jurídico e depois ainda ser enviado as comissões de vereadores. Não dá para estipular prazo”, comentou.

Conforme apuração do Diário, o texto de Marinho não deve prosperar. Antes maioria no Parlamentar, a base de sustentação do petista se dissipou após a derrota de Tarcisio. Parte já declarou apoio a Morando e outra, a Alex. Comenta-se que os vereadores devem congelar o andamento da matéria para o próximo ano, quando se inicia próxima legislatura.