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Petrobras e Banco do Brasil não serão privatizados, diz Persio Arida

Coordenador do programa econômico de Alckmin compareceu a agenda em Santo André

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
25/09/2018 | 07:53
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Celso Luiz/DGABC


Em agenda ontem em Santo André, o coordenador do programa econômico do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), Persio Arida, defendeu plano de venda de estatais para enxugar a máquina pública federal. Sustentou que a campanha tucana tem defendido que as únicas empresas que não constam na lista de privatização são Petrobras e Banco do Brasil. “A única coisa que estamos dizendo que não serão privatizados é Petrobras e Banco do Brasil. O resto vai ser examinado caso a caso. Mesmo no caso da Petrobras tem que privatizar o refino e a distribuição, porque é aonde não tem competição. O monopólio nunca é bom para a economia”, citou, sem descartar Caixa Econômica Federal.

Ex-presidente do BC (Banco Central) e considerado um dos idealizadores do Plano Real, Arida pontuou que o governo federal contabiliza 143 companhias estatais. Segundo o economista, a maior parte das empresas, no entanto, não é possível efetivar a negociação. “(Isso) Porque não valem nada. Tem que fechar mesmo e cortar custos. A empresa que faria o trem-bala em São Paulo e Rio (de Janeiro), por exemplo, está fechada até hoje. A empresa pública de televisão está viva. Tem coisas que não tem como privatizar”, disse Arida, pouco antes de ministrar palestra em jantar, ao lado do prefeito Paulo Serra (PSDB), que teve também como um dos objetivos arrecadar fundos para a campanha presidencial. O convite era no valor de R$ 1.000. Cerca de 300 pessoas comparecem à atividade, entre empresários, políticos e integrantes da sociedade civil organizada.

O ato ocorreu após divulgação da última pesquisa Ibope, que apontou Alckmin com 8% das intenções de voto, na quarta colocação. Arida criticou a postura de Bolsonaro de tratar o economista Paulo Guedes como salvador da pátria, e se eximir da responsabilidade sobre decisões sobre a crise nas finanças do País. “Essa história de Posto Ipiranga é conversa. Quem é presidente manda. Manda quem tem a caneta. Se economista liberal resolvesse o Brasil já tinha dado certo há muito tempo. Temos hoje enormes dificuldades. Até a Dilma (Rousseff, PT) nomeou um ministro liberal (no segundo mandato, em 2015): o (Joaquim) Levy, igualzinho o Paulo Guedes, de Chicago. Com a vantagem de que o Levy tinha baita experiência prévia.”

Apesar do cenário ainda desfavorável a Alckmin, Arida rechaçou apelar a propostas populistas. Para o economista, a prioridade do programa é crescimento e empregos. “O que se trata atualmente é criar ambiente de negócios atrativo ao investimento privado. Temos que criar as condições para o País crescer entre 4% e 4,5% ao ano. É possível desde que façamos reformas importantes na nossa economia”, citou, ao frisar a importância da reforma tributária. “Temos hoje manicômio tributário. Fazer enorme simplificação na carga tributária, temos que taxar os mais ricos, diminuir a taxação sobre empresas, que investem, e taxar dividendos. Infelizmente, dado o tamanho do deficit não estamos em condições de reduzir a carga tributária. Aqui fica ao menos o nosso compromisso de não aumentar a carga de jeito nenhum.”

Paulo Serra endossou a tese que o tucanato “não acredita em caminho populista para convencer” o eleitorado relembrando panorama da eleição presidencial de 2014, quando o senador Aécio Neves (PSDB) estava na terceira posição neste mesmo período. “Cada vez mais, até pelo distanciamento que ocorreu entre a sociedade civil e o processo político, novas formas de comunicação, redes sociais, menos peso da televisão, tudo isso faz com que retomada aconteça cada vez mais tarde. A campanha tem que seguir esse caminho”. O prefeito assegurou ainda a presença de Alckmin em agenda política amanhã, ao meio-dia, no calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima, no Centro de Santo André. 




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