Sem tapete vermelho, champanhe, estrelas ou lavadas, a premiação da 65ª edição do Globo de Ouro, considerada a prévia do Oscar, foi realizada anteontem em apenas 32 minutos – quando a duração normal costuma ser de mais de três horas.

O sindicato dos atores boicotou o prêmio em solidariedade aos roteiristas – em greve há mais de dois meses por maior participação nos lucros das produtoras. Em lugar de atrizes em longos de grife e galãs com ternos bem cortados, jornalistas especializados foram os apresentadores.

O longa britânico Desejo e Reparação, recordista com sete indicações, acabou levando a melhor apenas em duas: filme dramático e trilha sonora, do italiano Dario Marianelli.

Nenhum filme ganhou mais do que dois prêmios. Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, de Tim Burton, tinha quatro chances e abocanhou metade: musical e ator, para Johnny Depp.

Na mesma categoria, a francesa Marion Cotillard foi a melhor pela impressionante atuação em Piaf – Um Hino ao Amor.

Elogiado, O Gângster, que estréia no Brasil ainda este mês, não rendeu nada para Ridley Scott e a estrela Denzel Washington.

A zebra foi a consagração de Julian Schnabel pela direção de O Escafandro e a Borboleta. Co-produção franco-americana, foi agraciada ainda como melhor filme estrangeiro (coisa que não tem chance de se repetir no Oscar, justamente por ter investimento norte-americano).

Era aposta ganha que o Globo da categoria seria dos irmãos Ethan e Joel Coen por Onde os Fracos Não Têm Vez, ou de Paul Thomas Anderson, por Sangue Negro.

Mesmo sem agraciar os cineastas, essas produções não fizeram feio. Os Coen foram escolhidos pelo roteiro e o espanhol Javier Bardem como ator coadjuvante.

Já o filme de P.T. Anderson rendeu melhor ator em filme dramático ao inglês Daniel Day-Lewis.

A veterana Julie Christie desbancou as belas Keira Knightley, Jodie Foster, Angelina Jolie e Cate Blanchett como melhor atriz dramática. Mas a australiana Cate saiu-se vencedora como atriz coadjuvante por Não Estou Lá .

Ratatouille, a saga do ratinho cozinheiro, é melhor animação. Guaranteed, escrita por Eddie Vedder para o filme Na Natureza Selvagem, de Sean Penn, a melhor canção.

O telefilme Longford saiu recordista em prêmios: foi o melhor da categoria e consagrou os atores Jim Broadbent e Samantha Morton. A série Mad Men (inédita no Brasil) levou os prêmios de drama e melhor ator (Jon Hamm). A comédia escolhida foi Extras.

Glenn Close e Tina Fey são as melhores atrizes nas categorias drama e comédia, respectivamente. David Duchovny é o melhor ator em comédia por Californication.

CINEMA

Drama: Desejo e Reparação

Comédia ou musical: Sweeney Todd

Atriz – Drama: Julie Christie

(Longe Dela)

Ator – Drama: Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)

Atriz – Comédia ou musical:

Marion Cotillard (Piaf – Um Hino ao Amor)

Ator – Comédia ou musical:

Johnny Depp (Sweeney Todd)

Atriz coadjuvante: Cate

Blanchett (Não Estou Lá)

Ator coadjuvante: Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez)

Direção: Julian Schnabel

(O Escafandro e a Borboleta)

Roteiro: Ethan e Joel Coen

(Onde os Fracos Não Têm Vez)

Filme estrangeiro: O Escafandro e a Borboleta (FRA/EUA)

Animação: Ratatouille

TELEVISÃO

Série – Drama: Mad Men

Série – Comédia: Extras

Atriz – Drama: Glenn Close

(Damages)

Ator – Drama: Jon Hamm (Mad Men)

Atriz – Comédia: Tina Fey (30 Rock)

Ator – Comédia: David Duchovny (Californication)

Minissérie ou filme para TV: Longford

Atriz – Minissérie ou filme para TV: Queen Latifah (Life Support)

Ator – Minissérie ou filme para TV: Jim Broadbent (Longford)

Atriz Coadjuvante – Série, minissérie ou filme para TV :

Samantha Morton (Longford)

Ator Coadjuvante – Série,

minissérie ou filme para TV: