Economia Titulo Protesto
Trabalhadores da Mangels na região entram em greve
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/12/2012 | 07:14
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Em assembleia realizada ontem pela manhã, os 380 trabalhadores da Mangels de São Bernardo decidiram paralisar a produção na região. Foi um protesto contra a decisão da empresa de desativar a planta fabril no Grande ABC e demitir todos os empregados na unidade até o fim de janeiro. Apesar de anunciar o fechamento, a metalúrgica - que faz relaminação de aço no local - ainda tem pedidos a serem entregues.

A greve deverá se estender, no mínimo, até terça-feira (18), quando outra assembleia será realizada. Antes disso, o presidentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, e do conselho de administração, Robert Max Mangels, têm reunião marcada para segunda-feira (17). O dirigente sindical afirma que vai buscar solução para que os empregos sejam preservados. "Eles (os acionistas) poderiam vender o negócio de laminação (para outra companhia)", afirma.

Já houve um encontro com representantes da empresa, na quinta-feira, em que a justificativa dada para o fechamento da fábrica foram os prejuízos acumulados. Neste ano, de janeiro a setembro, a Mangels registra perda líquida de R$ 24 milhões.

Marques considera contraditório desativar uma fábrica que recebeu, neste ano, investimentos em uma linha de decapagem (processo de retirada de oxidações e impurezas do metal) e que se modernizou ao longo dos últimos anos.

INSTÂNCIAS - Além da greve, Marques afirmou que levará o caso a todas as instâncias e esferas de poder possíveis, como governos e até sindicatos patronais, para denunciar o que chama de autoritarismo, falta de democracia e descaso com os trabalhadores. Isso porque a indústria não procurou o sindicato para dialogar ou buscar alternativas. "Vamos buscar, por exemplo, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), eles (a metalúrgica) têm empréstimos no banco", afirma.

Ainda segundo o sindicalista, a Mangels nunca foi exemplo de relações de trabalho democráticas na nossa base. "Não temos Comitê Sindical de Empresa (CSE) naquela fábrica. Já tivemos no passado, mas nossos diretores eram perseguidos", disse. Para ele, a inexistência de uma representação no local de trabalho contribuiu para essa decisão unilateral e precipitada, que prejudica somente os trabalhadores.

 




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