Associação das Empresas do Sistema de Transportes de Santo André protocolou ontem pedido de aumento de 17,6% na tarifa dos ônibus que fazem as linhas municipais, passando dos atuais R$ 2,90 para R$ 3,41. O reajuste seria aplicado já a partir do dia 1º. Caso o reajuste seja aprovado, será a tarifa mais cara do Brasil, superando inclusive a da Capital, que hoje é de R$ 3,00 (veja quadro).

De acordo com o gerente geral da Aesa, Luiz Marcondes de Freitas Júnior, o aumento no preço da passagem está baseado em dois motivos: a defasagem no valor praticado nos últimos anos e no crescente número de gratuidades.

"Segundo dados do nosso sistema de bilhetagem, de 2000 a 2010 houve aumento de 640% no número de usuários que não pagam passagem no município, passando de 1,2 milhão para 9,5 milhões de viagens gratuitas. Até o fim de 2011, estimamos que teremos 9,5 milhões de passagens beneficiadas pelo sistema de gratuidade."

Quanto à defasagem no valor da passagem, o gerente explica que para janeiro de 2010 a Aesa havia pedido que o valor fosse de R$ 3,07, mas só conseguiu autorização para reajuste a R$ 2,90. "Temos gastos com insumos, como óleo diesel e pneus, além do custo com mão de obra. O valor de R$ 3,41 é necessário para o sistema de transporte continuar funcionando. Esperamos que a Prefeitura responda à nossa solicitação o mais rápido possível", explica o gerente geral da Aesa.

Um motorista em Santo André ganha hoje salário base de R$ 2.043,43 e o cobrador, R$ 1.182,00, por 7,2 horas de jornada de trabalho diária. Atualmente, o sistema de transporte contabiliza 5.370.000 passagens ao mês, sendo 4.440.000 pagas.

De acordo com a Santo André Transportes, a Prefeitura ainda não foi notificada oficialmente sobre o pedido da Aesa para aumento das tarifas de ônibus no município, e por isso não iria se pronunciar.