A reunião entre trabalhadores e a direção da Shellmar Embalagens, de São Bernardo, que estava marcada para a manhã de ontem, não aconteceu. O encontro tinha como objetivo esclarecer a situação atual da companhia, que tem apresentado problemas financeiros e, portanto, tem atrasado o pagamento de salários e o recolhimento de tributos e encargos sociais como o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O fornecimento de gás e energia elétrica na unidade, inclusive, já foi cortado por falta de pagamento, segundo colaboradores da fábrica.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do ABC, Isaías Karrara, desde 2004, quando os sócios da unidade brigaram entre si e desfizeram a parceria, a Shellmar encontra dificuldades financeiras. “É uma pena ver que uma empresa do tamanho da Shellmar, com cerca de 60 anos de história, enfrenta essa situação atualmente. Nos últimos dez anos, o cenário se agravou muito. Temos conversado bastante com os dirigentes, mas não há o que eles possam fazer, já que buscam financiamento para tentar bancar a produção.”

Além de tudo, a empresa acumulou dívida trabalhista com funcionários dispensados ao longo dos anos e está com os bens penhorados para resolver a questão.

Hoje, os 160 funcionários que ‘restaram’, e estão em casa, aguardando decisão da fábrica, têm função de produzir embalagens para diversos ramos da indústria, como a cosmética, alimentícia e farmacêutica. De acordo com o dirigente sindical, boa parte do contingente de trabalhadores da Shellmar está aposentada ou prestes a receber o benefício da Previdência Social.

A equipe do Diário tentou contato novamente com a empresa, que havia prometido dar entrevista na sexta-feira. Mais uma vez, no entanto, os porta-vozes não estavam presentes. Reunião com trabalhadores pode ocorrer amanhã.