A virada do calendário faz muita gente traçar novas metas para o ano que se inicia e, dentre esses objetivos, pode estar pedir a aposentadoria. Os especialistas orientam, entretanto, que o trabalhador tenha equilíbrio para escolher o melhor momento de entrar com o pedido junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e parar de trabalhar.

“Sempre recomendo aos meus clientes que antes de entrar com o pedido façam cálculos”, diz o advogado especializado em direito previdenciário Jairo Guimarães. “Entretanto, de forma geral, a melhor opção é solicitar o benefício assim que as condições para obtê-lo forem cumpridas”, aconselha.

Detalhe deve ser observado: a data de aniversário do contribuinte. “A idade é um dos elementos que tem maior peso na fórmula do fator previdenciário. Por isso, um ano a mais de vida pode representar desconto ligeiramente menor no valor final do benefício. Por isso, de forma geral, vale a pena esperar passar o aniversário para entrar com o pedido”, explica o advogado.

DEZEMBRO

Mas quem faz aniversário em dezembro deve ficar atento. Geralmente no começo do último mês do ano o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anuncia a expectativa de vida ao nascer no Brasil, que é outro elemento que faz parte do cálculo do fator previdenciário. O raciocínio da Previdência é: quanto mais a pessoa vive, mais tempo recebe o benefício. Então, maior o desconto proporcional para quem se aposenta antes da idade recomendada de 65 anos para os homens e 60 para mulheres.

Por exemplo, quem pediu a aposentadoria em dezembro de 2013 vai receber, em média, 1,67% a menos pelo resto da vida. Se o pedido tivesse sido feito em novembro, ele não perderia esse valor. Para garantir o benefício integral, o contribuinte do INSS teria que trabalhar mais tempo. “Considerando-se a mesma idade e tempo de contribuição, um segurado com 55 anos de idade e 35 anos de contribuição que pediu a aposentadoria depois da mudança dos índices, para manter o mesmo valor de benefício se tivesse feito o requerimento em novembro, teria de contribuir por mais 153 dias corridos”, explica a advogada especializada em direito previdenciário Marta Gueller.

Mas recolher ao INSS por mais tempo nem sempre é a melhor solução. “É uma decisão caso a caso. O valor da contribuição por esse período extra pode levar muito tempo para ser recuperado e simplesmente não valer a pena. O mesmo tempo recebendo o benefício pode compensar a perda”, analisa Marta.

Na visão de Guimarães, as eventuais perdas causadas pela aplicação do fator podem ser recuperadas simplesmente pelo ganho do benefício mensal. “Muita gente que se aposenta continua a trabalhar. Alguns meses combinando o benefício com o salário podem servir como antídoto para as perdas causadas pelo aumento da expectativa de vida”, diz o advogado. Por isso, a orientação dos especialistas é ficar atento ao calendário e não adiar a hora de pedir a aposentadoria.