O impasse entre a Eluma, produtora de cobre em Santo André, os trabalhadores demitidos na última quarta-feira e o sindicato continua.

Depois de realizar corte de cerca de 50 funcionários (segundo as contas dos metalúrgicos, uma vez que o sindicato não contabilizou o montante), a Eluma teve as atividades paralisadas. Em assembleia realizada quarta-feira, os trabalhadores decretaram greve por tempo indeterminado, até que a empresa justifique as demissões e faça eventual contratação.

Segundo o diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Adilson Torres, o Sapão, a Eluma convocou a entidade para uma reunião na noite de ontem. "Vamos ver o que eles têm a dizer, mas é fato que não vamos aceitar essa demissão em massa", afirmou.

Até o fechamento desta edição, a reunião ainda estava em andamento, mas o sindicalista afirmou que a decisão tomada no encontro será repassada aos trabalhadores em assembleia realizada na tarde de hoje. "Até lá permanecemos em greve", destacou Sapão.

Segundo o sindicato, a Eluma produz cerca de 60 toneladas diariamente e não há crise na empresa. "Eles alegaram a necessidade de reestruturação no quadro de funcionários, mas não procuraram o sindicato para negociar possíveis saídas, que não acabassem em demissão", destacou o diretor executivo do sindicato e funcionário da empresa, Elenísio de Almeida.

Segundo os empregados da companhia, há rumores de que a meta seja dispensar 150 das cerca de 1.200 pessoas. "Ainda não temos como confirmar os números, mas não vamos admitir demissões em massa", enfatizou o diretor.

O que complicou ainda mais a situação na empresa foi que parte dos demitidos era portador de doença ocupacional ou estava prestes a se aposentar. "Estamos catalogando os funcionários que foram dispensados e vamos tomar as providências legais nos casos de direito a estabilidade", afirmou o sindicalista.

Procurada pela reportagem, a empresa não retornou o contato até o fechamento desta edição.