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Presidente da Infraero fala em 'sabotagem' e 'apagão aéreo', mas recua
Do Diário OnLine
Com Agências
12/06/2007 | 15:57
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Em um depoimento cheio de contradições à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Apagão Aéreo na Câmara, o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, atacou nesta terça-feira os controladores de vôo, acusando-os de fazer “sabotagem” para conseguirem melhores salários. Ele ainda alertou para o risco de um “apagão” no setor de transporte aéreo de cargas em três anos, mas minimizou a declaração mais tarde.

“Estes controladores precisam entender que não é assim, não é colocando a nação ou o povo em xeque, que se consegue aumento salarial. É necessário o aumento e eu até defendo. Mas não através de chantagem e sabotagem”, disse.

Mais tarde, porém, Pereira alegou que não se referia especificamente aos controladores, e falava de uma forma mais “genérica”. “Sou profundamente admirador dos controlares, sei que eles não são chantagistas ou sabotadores, mas que ocorreram problemas, ocorreram”, disse.

O presidente da Infraero disse ainda que o país corria o risco de um apagão no transporte aéreo de cargas nos próximos três anos. No entanto, voltou atrás, depois, e declarou que “se não fizéssemos nada, teríamos esse problema, mas não haverá esse apagão aéreo porque já faremos obras a partir deste ano”.  “A situação está tranqüila”, garantiu.

Pela manhã, Pereira disse que os recursos atuais no Brasil não são suficientes para atender o aumento de demanda de passageiros (15% ao ano) e de carga aérea (6% ao ano). "Os recursos são suficientes para manter o status quo. Não temos recursos para nos mantermos mais à frente. Temos nos mantido ligeiramente empatados com a demanda", reconheceu.

Segundo o presidente da Infraero, no auge da crise aérea, deflagrada após o acidente com o Boeing da Gol, o grau de tumulto era o critério adotado pela Infraero na hora de escolher os vôos que decolariam. Por exemplo, se o tumulto relacionado a um vôo para Porto Alegre fosse maior que para outra cidade, voariam primeiro os passageiros com destino à capital gaúcha.

Apesar dos problemas, Pereira mais uma vez se posicionou contra a desmilitarização do tráfego aéreo ou a duplicação do sistema de controle, com a instalação de radares militar e civil. "A desmilitarização não tem o poder de transformar algo em eficiente e seguro. O acidente teria acontecido do mesmo jeito. É preciso aumentar a eficiência e melhorar as condições de trabalho".



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