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Um quarto dos cursos superiores da região é reprovado pelo MEC

Indicador nacional mostra que 27 de 111 graduações avaliadas em 2018 poderão sofrer sanções

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
24/12/2019 | 07:00
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Divulgação


Um em cada quatro cursos ofertados por instituições de ensino superior do Grande ABC apresentaram resultado insatisfatório no CPC (Conceito Preliminar de Curso) 2018, índice do MEC (Ministério da Educação) que leva em conta a nota do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) e a qualificação do corpo docente e da infraestrutura das universidades. No total, 111 graduações ofertadas entre as sete cidades passaram por avaliação do governo federal, sendo que 24,2% delas apresentaram nota 2 em escala que vai de 1 a 5.

A maior parte das carreiras (59,2%, ou 66 delas) estão no patamar 3, o limite aceitável pelo MEC. Outras 12,3% das graduações (14 delas) alcançaram índice 4 – nenhuma foi avaliada com conceito 5. Além disso, cinco cursos não tiveram pelo menos dois estudantes concluintes participantes do Enade e, por isso, aparecem com o indicador SC (Sem Conceito).

Graduações que apresentam índices 1 e 2 passam por supervisão técnica e poderão sofrer sanções caso não apresentem tendência de melhora nos próximos meses. Outras punições previstas pelo governo são o impedimento de participar de programas federais. 

As graduações avaliadas em bacharelados foram administração, administração pública, ciências contábeis, ciências econômicas, design, direito, jornalismo, psicologia, publicidade e propaganda, relações internacionais, secretariado executivo, serviço social, teologia e turismo. Já os cursos tecnológicos analisados são comércio exterior, design de interiores, design de moda, design gráfico, gastronomia, gestão comercial, gestão de qualidade, gestão de recursos humanos, gestão financeira, gestão pública, logística, marketing e processos gerenciais.

OUTRO LADO

O Grupo Anhanguera considerou que a maior parte dos cursos avaliados nas unidades do Grande ABC obteve desempenho satisfatório, o que “reforça a qualidade acadêmica da instituição”. A instituição observou ainda que a “construção da qualidade na educação é um processo e, por isso, realiza melhorias continuamente, como a ampliação e aquisição de equipamentos para laboratórios e clínicas, capacitação do corpo docente, além de adequações nos campi”. 

Conforme a Metodista, o curso de tecnologia em gestão de recursos humanos poderá receber nova visita de avaliação. Coordenador nacional da educação Metodista, Eduardo Penna considera que na ocasião será possível “demonstrar a qualidade satisfatória da graduação”, que já foi contemplada com índice 4 em 2011 e “teve a renovação de reconhecimento automática até agora”.

Rodrigo Cutri, reitor da FSA (Fundação Santo André) observou que os cursos da instituição tiveram seu resultado de CPC afetado pelo Enade, “pois não houve engajamento e estudo do corpo discente”. “Reforçamos que a Reitoria tem envidado esforços para melhoria promovendo maior envolvimento do corpo docente e discente bem como novas avaliações em sala de aula no estilo Enade. Temos também envolvidos os alunos desde o último Enade para uma melhor conscientização.” Ainda segundo o reitor, em outros índices que medem empregabilidade e corpo docente, “o aluno da FSA reconhece que os cursos o preparam muito bem para o mercado de trabalho”.

As demais instituições de ensino superior citadas na reportagem não se manifestaram a respeito do desempenho alcançado até o fechamento desta edição.

Federais seguem as únicas com nota máxima em índice

A UFABC (Universidade Federal do ABC) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que tem campus em Diadema, mantiveram conceito máximo em escala de 1 a 5 no IGC (Índice Geral de Cursos) referente a 2018, divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Em todo o País, apenas 2% das instituições conquistaram este posto.

Foram 30 instituições de ensino superior do Grande ABC avaliadas, sendo que oito delas apresentaram conceito 4: Universidade São Judas Tadeu, Faculdade de Medicina do ABC, Uninove (Universidade Nove de Julho), Faculdade Paulista de Serviço Social de São Caetano, Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, Escola Superior de Administração e Gestão Strong, Centro Universitário da FEI e Faculdade de Tecnologia Termomecanica. 

A maior parte das universidades e faculdades – 56% – obtiveram índice 3. Outras três instituições (Faculdades Integradas Coração de Jesus, FAD (Faculdade de Diadema) e Faculdade São Bernardo de Tecnologia) aparecem com nota 2, considerada insuficiente.

O IGC é um indicador de qualidade que avalia as instituições de ensino superior. Seu cálculo é realizado anualmente e leva em conta a média dos CPCs (Conceitos Preliminares de Curso) do último triênio, média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação, distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino, entre outros. 

A UFABC considera o resultado reconhecimento da excelência do modelo de ensino oferecido aos alunos. 

O Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia destaca que, embora o índice esteja entre os melhores da região, a instituição atua em processo de melhoria contínua na busca de melhores resultados.

Diretora acadêmica da Faculdade de Tecnologia Termomecanica, Luciana Guimarães Borges observa que o foco da instituição está alinhado com a missão da Fundação Salvador Arena, na promoção da transformação social por meio da educação.

“Nos últimos cinco anos, passamos do conceito 3 para o 4 em um curto período e ainda estamos em expansão”, considerou a São Judas. 




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