Em meio a seu show, Vanessa da Mata parafraseou Danuza Leão: “O mundo é dividido entre pessoas que não tomam chuva, e as que tomam. Eu sou das que tomam”. Seus fãs também. Na noite de sábado, chovia razoavelmente. Mesmo assim, 7.000 pessoas foram ao Parque Central, em Santo André, para conferir a apresentação, que levou o nome de seu novo CD, Sim. O número foi fornecido pela Prefeitura, organizadora do evento.

Com capas plásticas e guarda-chuvas, o público não se importava com o mau tempo. Por sorte, assim que Vanessa pisou no palco, a chuva deu trégua.

Para pedir o antigo sucesso Ai, Ai, Ai, o público gritava em coro: “Banho de chuva!”, uma das frases da música. A cantora brincou: “Essa música é uma reza. Não fiquem pedindo, porque daqui a pouco cairá um toró”.

Ela atendeu, e todos cantaram e pularam sobre a lama que se formou no chão.

O momento mais animado, no entanto, foi quando Vanessa cantou a atual música de trabalho, Boa Sorte/Good Luck, feita em parceria com o norte-americano Ben Harper. Foi só ela anunciar a canção, para o público reagir com gritos.

Vanessa pediu para que todos cantassem. Os fãs fizeram mais: levantaram os celulares e iluminaram a platéia.

Ao cantar Meu Erro, do grupo Paralamas do Sucesso, Vanessa desceu do palco para cumprimentar o público. Só que não conseguiu subir novamente. Enquanto a produção fazia uma escada improvisada, ela terminou a música no chão, na área entre o palco e a grade. Alguns fãs conseguiram ultrapassar o cordão de segurança para fotografar de perto. Tudo sem tumulto.

Depois da apresentação, no camarim, Vanessa da Mata revelou ter adorado a reação da platéia: “Senti tanto, que pulei, me empolguei. É um público muito quente, ficava dançando”, disse a cantora, que neste ano sairá em turnê por Portugal, Itália e Espanha.

O show gratuito fez parte da programação pelo Dia Municipal de Combate à Violência Urbana, 20 de janeiro, que lembra o assassinato do ex-prefeito da cidade, Celso Daniel, há seis anos.

Depois da apresentação, Vanessa da Mata recebeu alguns fãs. A auxiliar administrativa Marcella Marchini, 27, era uma das mais empolgadas. Levou até a filha, Manoela, de quatro anos: “Troquei meu horário de trabalho para vir para cá. Acompanho a Vanessa desde o início da carreira. A chuva não atrapalhou. Depois dou um remédio para minha filha”.