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Alex Manente e Vicentinho recebem auxílio-mudança

Deputados reeleitos do Grande ABC foram beneficiados com valor de R$ 33,7 mil em dezembro de 2018

Daniel Tossato
22/01/2019 | 06:17
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Montagem/DGABC


Deputados federais do Grande ABC, Alex Manente (PPS) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), receberam R$ 33,7 mil em auxílio-mudança em dezembro de 2018 mesmo após serem reeleitos.

O valor, estipulado por decreto legislativo, tem finalidade de auxiliar o parlamentar a cobrir gastos com mudança de residência e transporte no início e no fim do mandato – no caso dos dois, porém, a renovação de mandato tornaria o benefício dispensável. A quantia corresponde a um mês de salário do deputado ou de senador.

Partindo para seu quinto mandato, Vicentinho viu o bônus ser depositado na folha salarial de dezembro. No mês passado, somando-se o subsídio e demais auxílios, o petista – com base eleitoral em São Bernardo, mas filiado em Diadema – obteve R$ 67.526 brutos.

O auxílio-mudança também foi pago a Alex, de São Bernardo. O popular-socialista viu o contracheque de dezembro ser de R$ 67.526.

O ‘penduricalho’, como é conhecido este tipo de auxílio, virou centro de debate depois que o presidente Jair Bolsonaro (PSL), então deputado federal pelo Rio de Janeiro, utilizou o dinheiro para se mudar para a Granja do Torto.
Alguns deputados federais e senadores já disseram que vão abrir mão do benefício. Caso dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e José Reguffe (sem partido-DF).

Por nota, Alex evitou falar se devolverá a quantia. Líder da bancada do PPS na Câmara, o parlamentar declarou que vai debater o assunto com os correligionários antes de se posicionar a respeito. Ele argumentou também que a verba é “preconizada pela legislação vigente”. “Porém, a bancada do PPS na Câmara Federal trabalha para alterar o decreto legislativo que a criou.”

Curiosamente, em novembro, Alex utilizou sua página no Facebook para condenar o auxílio-moradia pago a agentes públicos – em meio ao questionamento do pagamento do benefício para magistrados que atuam em sua cidade natal. “Este benefício não pode ser concedido de maneira indiscriminada. Precisamos de fiscalização e menos gastos para beneficiar os que realmente necessitam de ajuda”, declarou ele, dizendo ainda que no Brasil pagam-se R$ 5 bilhões em auxílio-moradia e que o valor “suga” os cofres públicos.

Vicentinho não quis se pronunciar a respeito ao Diário.

FARDO

Além do auxílio-mudança, os parlamentares recebem outros tipos de benefícios, como verba de gabinete (de R$ 78 mil) utilizada para contratação de pessoal, cota parlamentar (que pode variar entre R$ 30,7 mil e R$ 45,6 mil, dependendo o Estado do deputado) e auxílio-moradia (de R$ 3.800).

Somente em dezembro de 2018, o Congresso desembolsou R$ 20 milhões para 298 parlamentares reeleitos – entre deputados e senadores – até mesmo para os que têm residência fixa em Brasília.

No caso de Alex e Vicentinho, eles podem obter o bônus novamente no fim da próxima legislatura, em 2022, embora haja pressão de parte da Casa para rever o benefício. 




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