A ala dentro do PSDB que defende a candidatura do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), ao governo do Estado decidiu ir para ofensiva contra o grupo que tem ensaiado apoio ao projeto eleitoral do vice-governador Márcio França (PSB). Além de organizar reunião com mais de 50 prefeitos, a ideia desse setor é fazer colar a imagem de aliado do PT ao socialista.

Na quarta-feira, 53 chefes de Executivo se encontraram em jantar no Hotel Jaraguá, em São Paulo, em evento organizado pelo prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) – que foi um dos primeiros a defender publicamente o nome de Doria na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.

A atividade serviu para mostrar força do projeto de Doria, já que, no dia anterior, cerca de 20 prefeitos se encontraram em pizzaria da Capital para discutir a possibilidade de apoio a França. Os principais idealistas dessa costura pró-França são os prefeitos de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), e de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB) – curiosamente, os dois foram secretários no governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Da região, os chefes de Executivo de Santo André e São Caetano, Paulo Serra (PSDB) e José Auricchio Júnior (PSDB), respectivamente, estiveram presentes.

“Não podemos repetir o erro que o Aécio (Neves) teve em 2014, quando apostou num candidato pouco competitivo ao governo do Estado (Pimenta da Veiga) e perdeu, tanto em Minas Gerais (para Fernando Pimentel, PT) quanto na eleição a presidente (para Dilma Rousseff, PT). A candidatura de Geraldo Alckmin ao Planalto precisa de um candidato forte do PSDB em São Paulo”, disse Morando. “É legítimo o PSB querer ter seu candidato. Mas o PSDB terá o seu.”

Morando também externou preocupação com possível apoio do PSDB a França. “Temos sempre que lembrar que o PSB, no dia do julgamento do (ex-presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva), no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), emitiu nota em apoio a ele. Ou seja, o PSB apoia o Lula e o PT. Eu sempre combati o PT na minha vida pública, sempre combati esse mal à sociedade, que faliu o País. Como vou apoiar alguém de um partido que defende o Lula? Não há a menor condição.”

Internamente, João Doria já tem dado sinais positivos a uma eventual candidatura ao governo de São Paulo. Alckmin, por sua vez, evita pender para qualquer um dos lados nessa disputa porque acredita ser importante ter o apoio do PSB em sua candidatura presidencial.