Num gesto político sem precedentes, a Igreja Católica da Argentina confirmou nesta terça-feira que ``acompanhará moralmente' uma marcha de protesto contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), organizada pela Confederaçao Geral do Trabalho. No próximo dia 31 chegará a Buenos Aires uma missao do FMI, que monitora periodicamente a economia argentina e o cumprimento dos acordos.

O secretário laico da Comissao Pastoral, Guillermo García, disse que chegou a hora de dar um basta a estas políticas econômicas, a estes mercados internacionais que afetam diretamente o desenvolvimento dos povos. Acrescentou que a Argentina e os movimentos sociais devem tomar uma posiçao diante desta situaçao.

O presidente da Comissao Pastoral, cardeal Francisco Primatesta, enviou uma carta ao líder da CGT, Hugo Moyano, afirmando que a manifestaçao de 31 de maio coincide com a postura do Papa Joao Paulo II a favor de uma política financeira que favoreça os países em desenvolvimento.

O anúncio ocorre no momento em que o governo do presidente Fernando De La Rúa está envolvido em um debate sobre a implantaçao dos duros programas de austeridade e cortes dos gastos públicos, para manter o déficit dentro dos limites acertados com o FMI. Estes ajustes estao provocando uma onda de protestos em vários pontos do país. Milhares de pessoas se mobilizam à procura de trabalho e de programas de ajuda e, quase sempre, entram em confronto com a polícia.