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Festas de fim de ano e férias espantam doadores de sangue
Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
03/01/2005 | 17:18
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O número de doadores de sangue caiu pelo menos 36% no Grande ABC no último mês. O motivo, de acordo com profissionais que trabalham nos postos de coleta, é o período de festas. Se nesta semana a coleta não for normalizada, os procedimentos hospitalares podem ser comprometidos. O sangue fator Rh negativo é o que mais está em falta.

A queda no número de doações é considerada normal nessa época por causa dos feriados de Natal e Ano-Novo. Segundo Fábio Lima Lino, um dos coordenadores do Hemocentro Regional do Hospital Estadual Mario Covas, em Santo André, a queda de doações começou a ser sentida no início de dezembro. "Coletamos 400 bolsas quando o normal seria 1,1 mil bolsas mensais", afirma.

Lima faz um apelo para as pessoas que têm sangue fator Rh negativo. Como a incidência é menor – cerca de 25% da população tem esse tipo de sangue –, o número de bolsas em estoque é menor.

"Decidi procurar um posto de coleta depois de ouvir noticiário sobre as dificuldades que os hospitais estavam enfrentando. Uma pessoa qualquer ou até de minha família pode precisar de sangue e não ter no estoque", disse a balconista Camila Silvério Moreira, 20 anos, que foi doar sangue no Hospital Mario Covas na semana entre o Natal e o Ano-Novo.

O metalúrgico aposentado Júlio Pereira Xavier, 57 anos, registrou na última semana sua 15ª doação. "Comecei a doar em 1967, quando o filho de um colega fez uma cirurgia do coração. Não parei mais." No mesmo dia, o atendente Rafael Baptista dos Santos, 23, também fazia sua doação. "Desta vez é para ajudar um colega que precisava de sangue. Mas sendo chamado ou não, de três em três meses faço minha doação."

Leite – Nos bancos de leite humano do Hospital Estadual Mario Covas, em Santo André, e do HMU (Hospital Municipal Universitário) de São Bernardo, a falta de voluntárias também é sentida. "Nessa época do ano, há uma baixa do estoque em até 20%, o que significa uma redução de 16 litros de uma média mensal de 80 litros", afirma Shirlei Tessarini, coordenadora do banco de leite humano do Hospital Mario Covas. No HMU, a queda é ainda maior, de 40%, para uma captação mensal de mais de 300 litros de leite. Depois de doado, o leite humano é pasteurizado no hospital e dado como alimento para crianças que por algum motivo não podem receber o alimento de suas mães.

A coleta do leite materno, diferentemente da de sangue, é domiciliar. O pré-requisito é que a mãe doadora esteja amamentando o bebê até o sexto mês. A partir disso, o leite humano começa a ter mais sódio e a ficar salgado. A doadora também tem de ter feito o pré-natal e ter leite excedente. "A mulher agenda uma visita da técnica do hospital, que vai fornecer o material – frascos de vidro de no mínimo 200 ml, toca e máscara descartável e um folheto informativo – para que ela mesma faça a retirada.

O leite coletado deve ser colocado no congelador ou freezer, separado dos alimentos. O hospital se encarrega de buscá-lo na residência da doadora.




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