O Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, em Santo André, deverá se transformar em hospital-escola. Esse pelo menos é o projeto do novo diretor do equipamento de Saúde, Onésimo Duarte Ribeiro Junior, na tentativa de aliviar o orçamento do espaço em tempos de crise financeira.

Professor titular da disciplina de Anestesiologia na FMABC (Faculdade de Medicina do Grande ABC), Ribeiro explica que, com o título, o orçamento do hospital teria incremento de 30%, além de passar a contar com maior atuação de estudantes da FMABC. Atualmente o hospital é administrado pela FUABC (Fundação do ABC) e recebe R$ 900 mil anuais de repasse do SUS (Sistema Único de Saúde), por meio da Prefeitura.

“Já existia esse projeto, só que é uma documentação complexa, que ficou parada, e vou reativar. Hoje já passam (pelo hospital) alunos da graduação e médicos residentes de especialização, ou seja, só precisaríamos oficializar. Essa verba seria útil para a compra de equipamentos”, afirma o diretor.

O primeiro ano da nova gestão deve ser marcado pela concentração de esforços para conter gastos. “Por enquanto, o orçamento está igual ao do ano passado, mas temos processo inflacionário que deteriora algumas coisas. O principal é que a qualidade do atendimento não pode ser prejudicada. Em primeiro momento, estamos gastando muito tempo para colocar o orçamento em dia”, afirmou.

A maior demanda do aparelho, responsável pela realização de 144.604 atendimentos em 2016, continua sendo o setor de obstetrícia (39.064 procedimentos em 2016). Neste caso, a bandeira do incentivo ao parto normal deve continuar. No ano passado foram observados 2.691 procedimentos naturais e 1.740 cesáreas.

O centro de parto normal, reformado em 2015, é um dos responsáveis pelo número maior de procedimentos naturais. O espaço tem sala de estar para familiares, spa hidroterápico e cinco suítes privativas PPP (Pré-Parto, Parto e Pós-Parto). Além disso, semanalmente há curso gratuito para gestantes, com informações sobre o aleitamento materno, cuidados e tipos de parto. “Nossa meta é manter esse índice de 60% dos procedimentos de partos normais. Algo que vem acontecendo nos últimos anos”, destaca o diretor.

CENTRO DE REFERÊNCIA

O médico também pretende ampliar as especialidades do hospital. “A ideia é dar assistência à mulher de maneira completa, para que se torne centro de referência. Na hora em que tivermos trabalhando com fôlego, pretendemos buscar esse recurso através de emendas parlamentares. Isso porque teria que ter uma reforma, incluindo a própria casa da gestante”, revela.

Casa da gestante segue com obras paradas e sem data para entrega

Inicialmente prometida para ser entregue no ano passado, a Casa da Gestante, que está sendo erguida em terreno do Hospital da Mulher, segue sem data para ser entregue. A construção – investimento de R$ 1,1 milhão, sendo R$ 653 mil do município e R$ 446 mil do governo federal – está com as obras paradas.

Em agosto do ano passado, as obras já estavam paradas, o que a administração justificou como problemas orçamentários e que apenas 20% do investimento da União tinha sido recebido, Questionada sobre o assunto pelo Diário, a Prefeitura afirmou que a nova previsão será definida após retomada da construção. “Os novos gestores, assim como todos os envolvidos, estão empenhados para que a obra seja retomada o mais breve possível”, disse, em nota.

O Ministério da Saúde informou que repassou a totalidade do investimento previsto para as obras, no valor de R$ 446,7 mil. “O último repasse (80%), de R$ 357,3 mil, foi realizado no dia 28 de dezembro de 2016. O Ministério da Saúde aguarda a inserção do novo prazo de conclusão da obra por parte do gestor municipal no Sismob (Sistema de Monitoramento de Obras)”. A Prefeitura afirmou que a contrapartida será utilizada quando o recurso federal for executado na sua totalidade.

O local atenderá 20 mulheres com gravidez de risco.