De maneira lúdica, uma iniciativa está ajudando a transformar os hábitos de vida de alunos de 8 a 12 anos da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano. O programa, intitulado Unidos por Crianças Mais Saudáveis, idealizado pela Nestlé, tem como objetivo não só envolver os estudantes, como também engajar pais e responsáveis na melhoria da nutrição, saúde e bem-estar das novas gerações.

Estudo inédito realizado pela Nestlé, junto ao Ibope, divulgado em outubro, mostrou que 33,5% das crianças pesquisadas, na faixa entre 4 e 12 anos, consomem mais gordura do que a recomendação diária nas refeições.

A escola Alcina Dantas Feijão faz parte da Regional São Paulo do Programa das Escolas Associadas à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), parceira do projeto, e é a primeira unidade pública da Região Metropolitana de São Paulo a receber a atividade.

Para estimular hábitos mais saudáveis nas crianças, o programa utiliza o game Legião dos Super Poderes, jogado pelo computador. Frutas, verduras e legumes valem pontos que são trocados por superpoderes como Mega Pique, Hipervisão, Ossos de Aço, Ultra Agilidade e Super Força, que os fazem avançar as fases do jogo. Duas vezes por semana, uma monitora do programa vai até a escola dar a pontuação aos alunos. Em casa, os pais fazem a tarefa, por meio de um aplicativo de celular.

“É uma ação conjunta entre professores, pais e alunos. O êxito só vem se essas três coisas estiverem unidas”, falou o diretor da escola e articulador de redes públicas da Unesco, Luiz Cruz. Do total de 2.000 estudantes, 350 participam da ação. O game, inclusive, foi desenvolvido por um ex-aluno da escola. “É uma sacada genial, pois as crianças gostam do mundo virtual e, a partir do consumo para ganharem superpoderes, elas se tornam mais saudáveis. Uma coisa incentiva a outra”, ressaltou a coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental 1, Silvia Grisant.

Diariamente, a merenda da escola dispõe de frutas. Após a introdução do jogo na rotina das crianças, a merendeira Luzia Rita de Lima, 56 anos, percebeu aumento na procura. “É um incentivo. Tem aluno que até traz fruta de casa, com medo de que não tenha aqui. Quem sabe agora criem o hábito e continuem comendo.”

As mudanças já vêm ocorrendo. “Eu não gostava de cenoura e hoje como. Minha família comia muitas coisas que não são saudáveis e, agora, na geladeira tem um monte de verdura”, contou a aluna Laura Fernanda Capitani, 11.

“A cenoura faz bem para a pele e a visão. Muitos alimentos ajudam a gente a ficar melhor do que já é”, ensinou Yago Delboni, 10.