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Curador aceita negociar e pode voltar à Bienal
Por Do Diário do Grande ABC
19/05/2000 | 00:35
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A crise da Bienal, que ganhou uma dimensao pública com a demissao do curador da mostra Ivo Mesquita, parece próxima de uma soluçao. O presidente da Bienal, Carlos Bratke, anunciou nesta quinta-feira, durante uma entrevista coletiva que Mesquita reassumirá suas funçoes, aceitando a transferência de data da mostra para maio de 2002.

Enquanto isso, um grupo de críticos, artistas e curadores reuniu-se no Museu de Arte Moderna (MAM) para manter posiçao contra o adiamento da exposiçao. Entre eles estavam Ana Maria Belluzzo, Aracy Amaral, Walter Zanini, Stella Teixeira de Barros, Regina Silveira e Nazareth Pacheco.

Condiçoes - Inicialmente, o curador havia dito que o adiamento do evento tornaria inviável seu projeto, mas se dispôs a voltar atrás se Bratke se comprometer a nao passar por cima de sua autoridade (a decisao do adiamento foi tomada sem sua anuência). Mesquita condicionou o seu retorno definitivo a uma avaliaçao da situaçao para verificar se o adiamento da mostra nao comprometeu de forma irreversível seu projeto. "É um momento de avaliaçao e replanejamento", disse ele. Até o fim da próxima semana esse levantamento deve estar concluído.

Segundo ele, o maior benefício da crise foi ter permitido definir melhor competências e responsabilidades. "Nao sou curador para cumprir ordens, tenho uma responsabilidade profissional", afirmou.

Durante a entrevista, Bratke procurou aparar as arestas existentes entre ele e Mesquita, afirmando que ambos eram vítimas. "Há duas correntes que parecem estar se digladiando e nós estamos no meio", afirmou.

Mesquita vem trabalhando há mais de um ano e elaborou um projeto de curadoria que vem sendo muito elogiado por seus colegas.

Tomando a cidade de Brasília como ponto de partida, ele propoe um passeio pela história da arte deste século. Ao mesmo tempo que para a capital planejada converge o otimismo modernista da primeira metade do século, ela serve de ponto de partida para mostrar as leituras críticas da utopia da funcionalidade.




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