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EUA pressionam retorno da democracia no Paquistao
Do Diário do Grande ABC
18/10/1999 | 09:32
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Os Estados Unidos dialogarao com o novo regime militar paquistanês, fazendo pressao em favor de um pronto retorno à democracia, declarou nesta segunda-feira o embaixador americano em Islamabad, William Milan.

O embaixador teve uma apreciaçao positiva sobre o perfil do novo dirigente, o general Pervez Mussharaf.

``Estou convencido de que Musharraf é um homem moderado, que tem motivaçoes patrióticas. Nao creio que seja um extremista', declara o embaixador. O novo homem forte do Paquistao, general Pervez Musharraf, garantiu no domingo a volta da democracia à regiao e a criaçao de um Conselho Nacional de Segurança que conduzirá os destinos do país, em seguida ao golpe de Estado militar que derrubou, quarta-feira passada, o primeiro-ministro Nawaz Sharif.

Em discurso à naçao, transmitido em rede nacional de TV, cinco dias após o golpe, o general Musharraf declarou que permanecerá no cargo simbólico de chefe de Estado. Precisou que o Conselho, presidido por ele, será também composto pelos comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, assim como por especialistas nos setores de legislaçao, finanças, relaçoes exteriores e internas.

``As forças armadas nao têm intençao de permanecer no poder mais tempo que o absolutamente necessário para abrir caminho a uma verdadeira democracia no Paquistao', declarou o presidente. ``Nao permitiremos que o povo volte a viver uma era de falsa democracia mas, ao contrário, que caminhe em direçao a uma verdadeira democracia', assegurou.

O general Pervez Musharraf, anunciou também que seu país procederá de maneira unilateral a ``uma desescalada militar' ao longo da fronteira com a India.

No discurso à Naçao, o general Musharraf também anunciou a retirada de todas as forças militares paquistanesas, mobilizadas nas zonas fronteiriças.

O anúncio sobre as fronteiras internacionais parece, no entanto, excluir a Linha de Controle que separa a India e o Paquistao na Caxemira, que as duas naçoes sempre se recusaram a considerar como uma fronteira internacional. Mas o general afirmou que o Paquistao continuará fornecendo ``apoio moral político e diplomático' aos combatentes muçulmanos separatistas que lutam contra o Exército indiano nesta regiao do Himalaia.

No discurso pela televisao, o general Musharraf referiu-se, também, ao vizinho Afeganistao, outra regiao sensível, afirmando que trabalhará para estabelecer um governo ``verdadeiramente representativo em Cabul'. Islamabad seguirá esforçando-se para chegar a uma ``soluçao pacífica e justa' no conflito que está devastando o Afeganistao, precisou.

O Paquistao apóia o regime dos talibas, ou ``estudantes de teologia', no poder em Cabul, tendo reconhecido esse governo junto com os Emirados Arabes Unidos e a Arábia Saudita. Os talibas afirmaram quarta-feira, um dia depois do golpe, que este foi ``uma reaçao às pressoes estrangeiras', exercidas sobre Islamabad.




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