Os feriados de Natal e Ano-Novo provocam grande movimentação de passageiros todos os anos nas rodoviárias. Há abertura de novos horários e linhas, além de ônibus extras colocados pelas empresas para atender a demanda. No Grande ABC, apenas em São Bernardo, o número de partidas diárias salta de 150 para 250 nesta época do ano.

Ontem à tarde, a movimentação na rodoviária era pouco acima do normal. A circulação de passageiros é intensificada entre 20h e 0h, de acordo com o administrador do terminal, Emerson Campanholo. Por dia, cerca de 5.000 pessoas embarcam, principalmente para Baixada Santista, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Florianópolis - destinos mais procurados pelos viajantes. Fora da época de alta temporada, a movimentação normal dificilmente passa de 1.500 passageiros.

Para a maioria dos destinos ainda é possível achar passagens, mas é preciso enfrentar fila nos guichês, especialmente para quem quer passar o Réveillon no Litoral. Ontem, a espera passava de 40 minutos. Para atender a demanda, até as 18h de ontem, a empresa que faz viagens à Baixada Santista já tinha disponibilizado dez novos carros. Em Santo André, até o mesmo horário, foram colocados mais 24 ônibus para fazer o trajeto.

A movimentação intensa nos terminais nesta época do ano exige atenção dos passageiros. A falta de organização causou problemas à família da professora Kátia Libert, 42 anos, que comprou passagem para a Praia Grande com uma semana de antecedência para quatro pessoas. "Chegamos meia hora antes e não conseguimos viajar. Vamos ter de embarcar à noite, do Jabaquara, e ainda pagar R$ 20. É muita falta de respeito", reclamou. Poucos minutos depois, as passagens para Guarujá e Santos se esgotaram. A previsão da empresa era colocar mais carros até à noite e ampliar a frota até hoje.

Em São Caetano, a família do metalúrgico Roberto Teixeira, 36, se preparava para enfrentar 72 horas de viagem até Caruaru, em Pernambuco. A chegada está prevista para amanhã à tarde. "Faço isso há 12 anos para ver a família", diz. O valor pago foi de R$ 369 por pessoa. Teixeira prefere viajar de ônibus, pois pode levar mais bagagem. "De avião pago excesso", explica. Até o destino, são feitas no mínimo sete paradas, que incluem Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Sergipe.