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Fim de ano gera estresse no trânsito
Adriana Ferraz
Vanessa Selicani
16/12/2007 | 07:00
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Milhões de veículos nas ruas, congestionamento, poluição, barulho. A soma desses fatores no trânsito tem nome: estresse. Para quem sofre da síndrome da pressa – pessoas com múltiplas tarefas –, os sintomas são ainda mais preocupantes e podem chegar a extremos como descontrole emocional, que leva a agressão física e até ao infarto.

E a situação piora nessa época que antecede o Natal e aumenta o trânsito nas ruas. Dirigir nas grandes cidades não é tarefa fácil, principalmente para quem tem de enfrentar, diariamente, quilômetros de tráfego intenso.

A rotina pode gerar respostas incontroladas. O ex-motorista de ônibus Altair Polydoro, 44 anos, já passou mal no trabalho e até partiu para a briga, no meio da rua.

“Aconteceu após uma provocação feita por um motoqueiro. Ele duvidou que eu fosse homem para descer do ônibus. Larguei a direção e fui para cima dele. Os passageiros ficaram olhando tudo. É muito estresse”, conta Polydoro, que hoje trabalha com perua escolar.

A psicóloga do Centro de Controle do Estresse da USP (Universidade de São Paulo) Roseli Lage explica que a síndrome da pressa torna o trânsito insuportável. “Pessoas com esse comportamento não agüentam esperar um semáforo abrir. Querem que o fluxo atenda às suas necessidades e esperam que os outros tenham as mesmas reações.”

O estado de alerta causado pelo estresse atinge motoristas de todas as idades e altera as funções do organismo. Para a psicóloga da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), o sintoma é a “doença do século”.

“Nos últimos 50 anos, o trânsito sofreu grandes transformações. As pessoas precisam aceitar as novas condições para manter a saúde boa. O organismo do motorista está sujeito a tipos diferentes de estresse, que geram conseqüências”, diz.

Segundo a Abramet, são três classificações para estresse: físico (quando há desgaste muscular), psicológico (quando o emocional fica alterado, com picos de nervosismo) e social (quando a tensão causada pelo trânsito impede compromissos pessoais ou profissionais). Todos tornam-se perigosos quando levados à exaustão.

“Nessa fase, quando o estresse é muito violento, o corpo pode ficar comprometido. As alterações mais comuns são úlceras e problemas no coração”, completa Roseli.



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