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Teste condena vegetais pré-lavados
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
11/05/2004 | 21:28
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O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) não recomenda o consumo de hortaliças e legumes do tipo higienizados, que são vendidos em embalagens plásticas supostamente prontos para consumo. Uma pesquisa realizada pelo órgão desde fevereiro e divulgada nesta terça constatou que, apesar de passarem por processo de higienização, mais de um terço dos produtos estavam contaminados por coliformes fecais – bactérias causadoras de infecção alimentar – e, portanto, põem em risco a saúde pública. Outro problema apontado pelo estudo são as falhas nos rótulos. Nenhuma marca do setor cumpre as normas especificadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Ministério da Agricultura.

“Trinta e seis por cento das 25 amostras de produtos que passaram por exames laboratorias no Instituto Adolfo Lutz registraram a presença de coliformes fecais em maior quantidade do que a permitida pela resolução 12 da ANS (Agência Nacional de Saúde)”, disse o coordenador-executivo do Idec, Sezifredo Paz. Pela norma da ANS, cada grama do produto pode conter no máximo 100 bactérias. Em nenhum produto foi constatada a presença de salmonela. “Além disso, as diferenças de preços desta categoria de produtos chega a variar de 400% a 1.600% na comparação com as mesmas hortaliças, mas vendidas em maço”, acrescentou o biólogo Murilo Diversi, especialista na área de alimentos nas pesquisas do Idec.

Antes dos testes, os técnicos do Idec realizaram pesquisa de mercado para definir as características da amostra que iriam estudar. Concluíram que há pelo menos 162 tipos de hortaliças e legumes higienizados no mercado. Quanto a marcas, são mais de 20. “Para definir quais seriam encaminhados para o laboratório, nos baseamos na freqüência com a qual aparecem nas prateleiras”, disse Diversi.

O Idec avaliou cenoura ralada (nove), alface lisa (nove) e agrião (sete) embalados para consumo imediato. Das 25 amostras, nove foram reprovadas e todas apresentaram falta de informação no rótulo. “A falta de informação dificulta a rastreabilidade do fabricante em caso de problemas de saúde pública”, explicou Paz. Segundo ele, o principal problema foi a falta de indicação sobre o lote. “É com base na indicação do lote que podemos verificar o processo de higienização.”

De acordo com o biólogo, os sete fabricantes de mercadorias testadas e reprovadas por excesso de coliformes fecais foram notificados em abril. “Todos entraram em contato conosco e afirmaram a intenção de buscar soluções para melhorar a segurança ao consumidor.” A conclusão do teste foi levada ao conhecimento da Anvisa, do Ministério da Agricultura, do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo, do CVS (Centro de Vigilância Sanitária) de São Paulo e da Divisão Municipal de Alimentos de São Paulo.




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