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Assassinos de La Costa são presos no Grande ABC
Por Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
31/07/2003 | 00:32
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Exatamente uma semana após o brutal assassinato do repórter fotográfico Luís Antônio Costa, 36 anos, policiais da Delegacia Seccional de São Bernardo prenderam, após violenta troca de tiros, dois acusados pelo crime na tarde desta quarta-feira. Renato dos Santos Lira, 23 anos, o Bahia, após ser preso em uma favela de Diadema, confirmou à polícia: "fui eu que matei mesmo". Outro cúmplice, Alexandre Aparecido Silvério, 25, o Nego Shell, preso na favela do Jardim Limpão, atrás do acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), foi baleado com um tiro no olho e, até o fim da noite desta quarta-feira, continuava internado em estado grave. O terceiro cúmplice – com a camisa suja de graxa – já identificado pela polícia, permanecia foragido. O motivo do assassinato, explicado por Bahia, é que eles "achavam" que La Costa havia feito uma foto deles.

A polícia trabalhou com várias frentes de investigação. Nos primeiros dias após o assassinato, o local parecia já estar desenhado para a polícia: a favela do Jardim Limpão, onde os três estavam morando. "Descobrimos que o Bahia havia ido na sexta-feira para a casa de uma irmã dele no Jardim Marilene, em Diadema, e conseguimos localizá-lo", disse o delegado seccional, Marco Antônio de Paula Santos.

Quinze policiais foram ao local e tentaram invadir a casa. "Ele subiu na laje, atirou contra nós e correu pelo telhado de várias casas", disse um policial que participou da ação. Bahia foi baleado com um tiro nas nádegas e preso. O revólver calibre 38 do criminoso é a arma que matou La Costa. Ele, então, confirmou um endereço à polícia: de seu cúmplice Nego Shell, apelido adquirido por ser especialista em roubos a postos de gasolina.

No barraco onde estava, no alto da favela, o criminoso percebeu a entrada dos policiais, sacou seu revólver e atirou duas vezes. No revide, foi baleado com um tiro no olho. "Assim que entramos, ele já atirou e poderia ter matado um de nós", disse um policial. Nego Shell havia invadido o barraco onde estava na manhã de quarta-feira. Fez o mesmo desde o dia do assassinato. "Ele invadiu a casa de muitas pessoas de bem e ameaçou de morte quem o delatasse. Causou terror no alto da favela", disse o delegado Santos.

O criminoso teria de cumprir pena por roubo em regime semi-aberto em Franco da Rocha e havia saído da cadeia no fim de semana anterior ao crime e não retornou. Na quarta-feira, participou da morte do repórter fotográfico. Bahia não tem antecedentes criminais.

Confirmação - As fotografias do momento do crime (feitas por André Porto, do jornal Agora São Paulo) permitiram resolver o caso. A confissão de Bahia – de camisa azul encostado no Gol e com um revólver entre as mãos – tirou a dúvida de quem teria sido o autor do disparo que matou La Costa. Nas fotografias, Nego Shell – de jaleco bege – aparece com um revólver nas mãos e foi visto por vários profissionais da imprensa, num momento anterior, baixando a mão até a cintura e apontando seu revólver em direção ao fotógrafo. Outras duas testemunhas, porém, também afirmaram que viram Bahia puxar outro revólver e atirar. O terceiro cúmplice estava na cobertura do crime.




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