Requerimento com voto de repúdio ao governo do Estado, proposto pelo presidente da Câmara de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), foi motivo de longa discussão entre vereadores da bancada de oposição e de situação ao prefeito Mário Reali (PT), durante a última sessão ordinária.

O ponto de discórdia foi a mudança no sistema da captação de vagas para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) feita pela Secretaria de Estado da Saúde, que substituiu as Direções Regionais de Saúde pelos atuais DRSs (Departamentos Regionais de Saúde) - são 17 ao todo no território paulistano. Detalhe: a alteração ocorreu há quase quatro anos pelo governo do PSDB.

Outro fato curioso é que o autor do requerimento praticamente ficou ausente do plenário no momento do embate. E foi representado pelo companheiro de bancada, José Antonio da Silva, o Zé Antonio (PT), que foi longe para defender a aprovação do documento. Exatamente a 457 quilômetros de São Paulo, mais precisamente em Bastos, cidade pertencente à região de Marília e Presidente Prudente. "A Câmara de Bastos está pedindo a nossa adesão e de outros municípios do Estado. Não se trata de questão partidária, mas de saúde pública. De um espaço físico que foi fechado", afirmou, referindo-se à unidade de Santo André fechada e que fazia o atendimento do Grande ABC na captação de vagas para UTI, além de uma resposta à declaração de Lauro Michels (PSDB).

Na tribuna, o vereador tucano se posicionou contrário ao documento e pediu para que não fosse votado - mais tarde seria voto vencido. "Temos de falar de Saúde com responsabilidade. As críticas têm de ser construtivas. Até porque a saúde de nossa cidade está uma lástima", alfinetou Lauro Michels.

A Secretaria de Estado da Saúde informou "não ter conhecimento" de outros ofícios de câmaras municipais com manifestação contrária à mudança, mas se "coloca à disposição para conversar com os prefeitos". Ainda segundo a nota, o "novo sistema permite ampliar a abrangência da procura por uma vaga".