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Superdotados precisam de incentivo
Por Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
18/01/2009 | 07:07
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Nario Barbosa


A Secretaria Estadual de Educação vai distribuir em todas as escolas paulistas uma espécie de manual que ajudará professores a identificar e direcionar alunos superdotados. O material chamado Um olhar para as altas habilidades: construindo caminhos integra o projeto Caça Talentos, que já detectou em toda rede de ensino do Estado 397 estudantes com altas habilidades.

Especialistas da área da Educação consultados pelo Diário apontam que alunos com altas habilidades precisam ser incentivados com trabalhos específicos, caso contrário, perdem o estímulo.

"Identificar um superdotado simplesmente não atende a necessidade. A escola precisa incentivá-lo a fazer pesquisas, trabalhos, além de integrá-lo em projetos de música e arte", diz Silvia Gasparian Colello, professora de Educação da USP. Ela acredita que o Brasil aproveita pouco os alunos com alta habilidade. "É preciso haver mais mecanismos para que a sociedade lide com eles. Muitos superdotados estão na liderança de quadrilhas ou gangues."

O psiquiatra, educador e autor do livro Quem ama, educa!, Içami Tiba, reforça a tese de que os gênios são desperdiçados quando não há incentivo. "O gênio só melhora quando há competição, quando não há ele não evolui. É preciso estímulo para seguir. Se o César Cielo não fosse treinar no Estados Unidos, por exemplo, seria só um ótimo nadador de seu clube, uma estrela solitária de baixa grandeza", compara.

A diretora do Cape (Centro de Apoio Pedagógico Especializado), entidade vinculada ao Estado, Maria Elizabete da Costa, admite que os superdotados necessitam de atividades diferenciadas e que talvez os programas existentes hoje no Estado não sejam suficientes para atendê-los. "O livro foi um grande avanço e em 2009 haverá a concretização do trabalho com atividades diferenciadas."

Se assim for, alunos com as altas habilidades já detectadas, como Nilton Martin Mathias Brenner, 15, morador do Riacho Grande, em São Bernardo, têm tudo para evoluir ainda mais.

Estudante do 2º ano do Ensino Médio, ele foi descoberto pelos professores durante um trabalho sobre aquecimento global, no qual ele propunha fazer palestras de conscientização ambiental pela rede de ensino. "É um tema preocupante", diz ele que gosta de filosofia e palavras cruzadas para se distrair.




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