A Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta- Imigrantes realiza hoje ação para conscientizar pedestres e ciclistas sobre a importância da utilização das passarelas. A empresa informa que nos sete primeiros meses deste ano foram 19 atropelamentos nas rodovias somente na região de planalto do sistema, 11 no Grande ABC, sendo sete fatais por travessia nas pistas. A concessionária está em 3° lugar em número de atropelamentos do Estado neste ano.

A via Anchieta tem 27 km na região de planalto, que abrange a cidade de São Bernardo. São nove passarelas nesse município. Já na Rodovia dos Imigrantes são 20 km, sendo 6 km em Diadema, com três passarelas, e 14 km em São Bernardo, com dois aparelhos de travessias.

A Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) informou que no primeiro semestre deste ano foram registrados 42 atropelamentos em todo o sistema da Ecovias, ficando atrás das concessionárias do interior ViaOeste (43) e da Autoban (56). Já no mesmo período do ano passado, a Ecovias ficou em 2° lugar, com 59 atropelamentos de pedestres no sistema, perdendo apenas para a Autoban, no interior, com 60 acidentes.

Estatísticas da Ecovias mostram que mais de 20% das ocorrências acontecem a menos de 250 metros de uma passarela. O Coordenador de Planejamento de Tráfego da Ecovias, Fabio Ortega, afirmou que essas ações ajudam a conscientizar a população. "Este trabalho é preventivo. A população tem de compreender a importância de utilizar as passarelas, além disso, andar no acostamento é muito perigoso, porque ele faz parte da rodovia e também são palcos de atropelamentos." Dos 11 atropelamentos na região, sete foram por travessia fora da passarela e o restante no acostamento.

Segundo Ortega, a concessionária já investiu em melhorias. "Instalamos telas de proteção para evitar que objetos caiam nos carros, colocamos uma barreira para impedir o tráfego de motocicletas e instalamos grandes no guard rail. Porém, mesmo com essas ações, muitos pedestres são imprudentes e atravessam na pista."

Ortega afirmou que à noite ocorrem mais acidentes, porém não soube precisar quantos nesse período. "Com certeza, à noite aumenta, porque a cor da roupa escura não ajuda na visualização do pedestre."

Hoje, das 6h30 às 9h, será servido café da manhã (café com leite e pão com manteiga) na passarela do km 26+300 da Via Anchieta. A atividade faz parte do Programa de Redução de Acidentes e inclui entrega panfletos e instruções de segurança para os pedestres.

A Artesp informou que não é possível mensurar se o número de atropelamentos é alto nas rodovias da Ecovias, já que não há comparativo disponível com uma estrada semelhante e com a quilometragem igual.

NOVAS PASSARELAS
A Ecovias realiza estudos sobre a necessidade de passarelas, Ortega afirmou que este número (14 na região) é satisfatório.

"Realizamos estudo na região para calcular quantas pessoas devem utilizar o equipamento e mandamos o pedido para a Artesp autorizara construção. Neste momento a quantidade de equipamentos é suficiente para a região", afirmou.

Medo de assalto leva população para a pista

A população afirma que é a falta de segurança que leva a travessia pela pista.
"Meu marido volta à noite do serviço e já foi assaltado muitas vezes na passarela. Agora ele prefere se arriscar atravessando na pista", disse a dona-de-casa Aparecida Costa, 40 anos, que passa todos os dias pela passarela no km 23 da Imigrantes.

Para evitar os assaltos as amigas Madalena do Nascimento, 48, e Cilene Mendes, 40, fazem a travessia em grupo. "Juntamos várias mulheres e atravessamos. Só assim para evitar assaltos", disse Madalena ao passar pelo equipamento do km 23 da Imigrantes.

Mesmo durante o dia a população afirma que é arriscado. "Já vi muita gente atravessar na pista, não é preguiça de subir, e sim uma alternativa que as pessoas encontram para evitar assaltos", contou o jardineiro Damião Moraes da Silva, 52. Ele passa todos os dias pelo equipamento do Km 26, que liga o Jardim Ruyce ao Portinari, em Diadema.

A passarela do km 20 da Via Anchieta é muito utilizada por bairros populosos como o Jardim Calux e o DER. "Todo mundo usa para ir ao Centro da cidade à pé. Aqui o problema é mais à noite", disse a recepcionista Daniela Rosa, 25 anos.

"Já vi assaltos nesta passarela, eu tenho medo de passar aqui", disse o atendente Luiz Carlos Arruda, 26 anos.

O Coordenador de Planejamento de Tráfego da Ecovias, Fabio Ortega, afirmou a concessionária tem o conhecimento do problema e toma algumas providências.
"Essa questão é complicada, mas mantemos as passarelas sempre bem iluminadas para inibir as ações de bandidos e a Polícia Rodoviária é nossa parceira nesta questão também."(Michelly Cyrillo)