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Semasa tenta embargar obra de novo shopping

Acionada, polícia não constatou despejo irregular de terra

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
20/04/2012 | 07:00
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Agentes do Semasa (Saneamento Ambiental de Santo André) tentaram ontem embargar as obras do shopping que está sendo erguido em terreno na região do bairro Homero Thon. Sob a alegação de que a terra retirada da área estaria contaminada, a autarquia confiscou a documentação de um caminhão terceirizado que estava a serviço da construtora Brookfield.

A Polícia Militar chegou a ser chamada na porta de aterro particular na Avenida dos Estados, região do Viaduto Cassaquera, mas não constatou crime ambiental. Os responsáveis pelo caminhão e uma funcionária da construtora apresentaram o alvará concedido pela Prefeitura que permite a retirada de até 3.000 metros cúbicos de terra do local. Além disso, a empresa afirma que consultora particular atestou a não contaminação da área. A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) não contestou o laudo.

A equipe do Diário procurou o Semasa, mas não obteve resposta. No local, agentes da autarquia informaram que a Brookfield tem alvará da Prefeitura para realizar a construção, mas não conseguiu licença ambiental para a retirada e transporte de terra. Qualquer tipo de atividade no local estaria vetada desde 21 de março.

Em nota, a construtora disse "cumprir e obedecer todas as exigências técnicas previstas na legislação municipal". Funcionários da empresa que acompanhavam a confusão argumentaram que há embargo apenas em parte do terreno, onde estavam sendo feitas as obras do condomínio residencial. No lote referente ao shopping, no entanto, as obras estariam liberadas.

A ação dos agentes do Semasa aconteceu um dia após o diretor de incorporações da Brookfield, José de Albuquerque, negar que tenha sofrido extorsão por parte da autarquia para obter a licença ambiental, justamente o documento que a entidade alega não ter concedido.

Em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), Albuquerque disse ter recebido a liberação dos três empreendimentos projetados pela construtora no terreno, comprado em 2010 e que já custou R$ 5 milhões em licenciamentos à empresa, segundo acusações do advogado Calixto Antônio Júnior, desmentidas pelo diretor. A previsão é de que o shopping seja entregue em 2013.




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