Acionada, polícia não constatou despejo irregular de terra
Agentes do Semasa (Saneamento Ambiental de Santo André) tentaram ontem embargar as obras do shopping que está sendo erguido em terreno na região do bairro Homero Thon. Sob a alegação de que a terra retirada da área estaria contaminada, a autarquia confiscou a documentação de um caminhão terceirizado que estava a serviço da construtora Brookfield.
A Polícia Militar chegou a ser chamada na porta de aterro particular na Avenida dos Estados, região do Viaduto Cassaquera, mas não constatou crime ambiental. Os responsáveis pelo caminhão e uma funcionária da construtora apresentaram o alvará concedido pela Prefeitura que permite a retirada de até 3.000 metros cúbicos de terra do local. Além disso, a empresa afirma que consultora particular atestou a não contaminação da área. A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) não contestou o laudo.
A equipe do Diário procurou o Semasa, mas não obteve resposta. No local, agentes da autarquia informaram que a Brookfield tem alvará da Prefeitura para realizar a construção, mas não conseguiu licença ambiental para a retirada e transporte de terra. Qualquer tipo de atividade no local estaria vetada desde 21 de março.
Em nota, a construtora disse "cumprir e obedecer todas as exigências técnicas previstas na legislação municipal". Funcionários da empresa que acompanhavam a confusão argumentaram que há embargo apenas em parte do terreno, onde estavam sendo feitas as obras do condomínio residencial. No lote referente ao shopping, no entanto, as obras estariam liberadas.
A ação dos agentes do Semasa aconteceu um dia após o diretor de incorporações da Brookfield, José de Albuquerque, negar que tenha sofrido extorsão por parte da autarquia para obter a licença ambiental, justamente o documento que a entidade alega não ter concedido.
Em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), Albuquerque disse ter recebido a liberação dos três empreendimentos projetados pela construtora no terreno, comprado em 2010 e que já custou R$ 5 milhões em licenciamentos à empresa, segundo acusações do advogado Calixto Antônio Júnior, desmentidas pelo diretor. A previsão é de que o shopping seja entregue em 2013.
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