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Termina rebeliao em Taubaté depois de mais de 23 h
Por Do Diário do Grande ABC
06/11/1999 | 13:32
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Terminou por volta das 11 horas a rebeliao dos presos da Cadeia Pública de Taubaté, no interior de Sao Paulo. Os amotinados aceitaram a transferência de 62 condenados para os estabelecimentos penais do sistema Coesp e outros 33 para presídios da regiao. Os quatro carcereiros reféns foram libertados após o acordo. As negociaçoes foram retomadas neste sábado, às 8 horas, pela juíza-corregedora Sueli Zeraik Menezes, e o delegado regional de polícia, Antônio Carlos Gonçalves da Silva.

Foram pouco mais de 23 horas de protestos contra a superlotaçao carcerária. Durante todo período, os negociadores tentaram liberar os quatro carcereiros feitos de reféns, que estavam sendo ameaçados de morte pelos detentos. O protesto teve início as 12h30 de sexta-feira (05) e foi motivado pelas péssimas condiçoes de habitaçao do lugar, que é dimensionado para 88 vagas estava com 297 presos. A principal reinvidicaçao era a transferência de presos para outras cadeias. As conversaçoes seguiram até as 22 horas, quando foram suspensas.

Segundo informaçoes policiais, a cadeia foi muito danificada pelos rebelados. Na noite de sexta-feira (05), os detentos queimaram colchoes e destruíram as celas. Muitos rebelados estavam armados com estiletes e outras armas improvisadas. Os reféns foram levados constantemente até as janelas do prédio e mostrado aos policiais. Nao há informaçoes de feridos. Uma comissao de presos negociou com as autoridades a transferência de um grupo pré-selecionado de cem condenados.

No final do primeiro dia de rebeliao foram obtidas 55 vagas em vários pontos do estado, mas essa quantidade foi rejeitada pela comissao de presos. O clima no local era de tensao, principalmente depois de a polícia ter cortado a energia elétrica e água do prédio e suspendido a alimentaçao. Populares e familiares dos carcereiros Roberto Espínola, Almir Moreira, Jacques Rivadavia e Edson Carvalho, feitos reféns, fizeram uma vigília em frente ao presídio durante toda a noite.

A cadeia foi cercada por um grande efetivo de policiais civis e militares fortemente armados, alguns deles com caes, para evitar uma possível fuga em massa. Assim que as vagas foram conseguidas, os camburoes foram colocados estrategicamente nas proximidades da entrada do prédio. O procedimento de remoçao dos detentos foi iniciado assim que os reféns foram soltos.

O histórico desta cadeia apresenta sempre rebelioes provocadas pela superlotaçao e de duraçao prolongada. A última foi em 1997, quando cerca de 300 detentos se revoltaram com as péssimas condiçoes de habitaçao do presídio e iniciaram um violento protesto. Na ocasiao, três carcereiros ficaram como reféns por quase 20 horas e a ala das celas foi totalmente destruída. A situaçao foi controlada após a transferência de 60 detentos para estabelecimentos da regiao.




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