A economia nacional evoluiu em 2010 e os preços aos consumidores seguiram alinhados a esse movimento. Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou 5,91% no ano passado.

O resultado foi o maior dos últimos seis anos. Em 2004, o indicador de inflação das famílias brasileiras com renda entre um e 40 salários-mínimos subiu 7,6%.

Segundo a coordenadora da pesquisa do IPCA, Eulina Nunes, o grupo dos alimentos e bebidas foi responsável por boa parte das altas mensais do indicador durante o ano.

Este grupo é relevante nos gastos das famílias, pois levam em média 20% do orçamento. E somaram alta anual de 10%. Mas a sensação real vai de acordo com o que cada consumidor compra, pois itens separados, como a carne, tiveram altas que superam os 20%.

"Produtos importantes que aumentaram foram os feijões, com cerca de 60%, e as carnes chegaram a quase 30%", explicou Eulina. A pesquisadora disse que vários pilares sustentaram o avanço dos preços dos alimentos. Primeiro ocorreram problemas climáticos, que proporcionaram diminuição de oferta de produtos pontuais. "As chuvas no primeiro semestre e a seca e estiagem no segundo semestre."

Junto à redução da oferta, houve aumento da demanda, ou seja, com o crescimento da economia e a elevação da renda brasileira, o consumidor procurou mais alimentos. "Ou seja, aumento da demanda, consumo maior, os preços também sobem", acrescentou Eulina.

META - O economista da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Lúcio Flávio Dantas arrisca que a inflação, de modo geral, neste ano não se distanciará muito do resultado de 2010. Ele explica que a meta de inflação, determinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), continua neste ano, e em 2012, em 4,5%. "E o governo não deixará os preços subirem tanto", disse Dantas.