Ontem de manhã, os dez jovens do interior do Maranhão envolvidos com falsificação de documentos participaram de mais um treinamento no São Bernardo para serem avaliados pelos supervisores das categorias de base.

Na segunda-feira, eles farão outra atividade, totalizando quatro dias de testes. Já os outros 998 meninos, que participaram da peneira e não alteraram sua idade, tiveram apenas 20 minutos para demonstrar que poderiam integrar o clube da região. Os dois testes foram justos?

"Não vejo nenhuma injustiça. O que houve foi ter dado oportunidade para esses meninos. Não posso fechar os olhos para esses problemas sociais. Eles passaram pela pior fase da vida deles e são vítimas", garantiu o presidente do São Bernardo, Luiz Fernando Teixeira. "A gente tem a porta aberta. Todas as crianças que querem fazer teste no São Bernardo podem agendar e fazer", completou o dirigente.

Para o pai de um dos meninos, Franciel Dias da Silva, que chegou a São Bernardo no domingo, depois de os jovens serem detidos, defendeu os garotos. "Não acho que foi justo, mas merecido por tudo que eles passaram. Espero que tudo isso sirva de exemplo", declarou Franciel, que também é técnico dos garotos do time no Maranhão.

Um dos três jogadores que devem estar na lista dos aprovados, P.H.S, 16 anos, admitiu o erro ao alterar a documentação. "Não tínhamos a consciência que iríamos acabar nessa situação. Alteramos os documentos porque achávamos que teríamos mais chances, mas hoje estou arrependido", afirmou o garoto.

O presidente lembrou que os jovens têm qualidades. "Eles estavam dez dias sem jogar. Demos apenas a chance de se condicionarem fisicamente. São meninos que jogam bem e teriam passado na peneira", garantiu.