Os bancos continuam líderes no ranking dos setores mais rentáveis, com lucro de R$ 11,5 bilhões – um aumento de 145% em quatro anos. Mas o setor produtivo não ficou atrás: reverteu prejuízos e apurou lucros expressivos em 2003. As empresas de siderurgia e metalurgia, que tiveram o segundo melhor resultado no ano, apresentaram lucro de R$ 5 bilhões, ante prejuízo de R$ 45 milhões no ano anterior. No setor de energia elétrica, as companhias também tiveram lucro expressivo, de R$ 4 bilhões. Em 2002, as elétricas registraram prejuízo de R$ 11 bilhões.
Os bons resultados, diante do baixo desempenho da economia, são reflexo de alguns fatores importantes, como a desvalorização do dólar, alta das commodities e aumento da demanda internacional, explica o sócio-diretor da MSConsult, Fabio Silveira. A queda de 18,2% da moeda americana no período influenciou boa parte dos lucros. No ano anterior, o dólar havia subido 52,3% e pressionado o estoque da dívida em moeda estrangeira das empresas. Já o real valorizado em 2003 reduziu as despesas financeiras líquidas das companhias com alto endividamento em dólar.
Mas não se pode atribuir o resultado apenas ao fator câmbio. A alta das commodities também beneficiou as empresas brasileiras. Além disso, houve uma demanda mais forte no mercado internacional, o que ajudou a ampliar as vendas. A combinação desses dois fatores elevou, por exemplo, os números dos setores de mineração e siderurgia e metalurgia, diz o analista da Corretora Souza Barros, Ricardo Tadeu Martins.
De acordo com o levantamento da Economática, a soma dos lucros das 218 empresas negociadas na Bovespa cresceu 728% entre 2002 e 2003, saltando de R$ 5,1 bilhões para R$ 42,4 bilhões.
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