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Evolução do underground

Vespas Mandarinas leva rock para a trilha
sonora do Sesc Santo André amanhã à noite

Luís Felipe Soares
15/01/2015 | 07:00
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Divulgação


 Uma banda em processo de evolução. Entre idas e vindas de integrantes nos primeiros anos, o Vespas Mandarinas tem passado os últimos anos à procura de sua completa identidade na medida em que cava seu espaço no meio musical. “Acredito que a nossa maior força ainda esteja no conceito e na estética que estamos criando, ou seja, nas letras e nas composições. Estamos captando os signos. Algumas leituras e processos ainda precisam ser amadurecidos. Uma certa radicalidade vai se tornando urgente”, analisa o guitarrista e vocalista Thadeu Meneghini.

Atualmente, o grupo viaja em turnê de divulgação do álbum de estreia, Animal Nacional (2013). O público do Grande ABC pode conferir de perto o rock dos rapazes amanhã, quando sobem ao palco do Sesc Santo André a partir das 21h. Os ingressos custam entre R$ 6 e R$ 20 e podem se adquiridos na bilheteria do local ou por meio da internet (www.sescsp.org.br). A noite de rock é recomendada para todas as idades.

Na sinopse do quarteto ainda formado por Chuck Hipolitho (guitarra e voz), Flávio Guarnieri (contrabaixo) e André Dea (bateria) está a ideia de que se trata de espécie de ‘supergrupo indie’, uma vez que os integrantes participavam de outros projetos do gênero no cenário paulistano. Aliás, a Capital aparece como uma das principais inspirações para músicas, entre elas Santa Sampa e Cobra de Vidro. “Como diria o grande Itamar Assumpção: ‘Eu Persigo São Paulo!’”, brinca Meneghini. “São Paulo não é amor exatamente, é identificação absoluta. Mas ainda sobram espaços para falarmos de regiões mais áridas e outros grotões.”

O som do Vespas Mandarinas é capaz de caber em diferentes rótulos, seja indie, rock poético ou estilo mais underground. Talvez essa complicação – não necessariamente pertinente – venha pelos experimentos que o quarteto revelou em seu primeiro disco, tanto no som quanto nas letras. Não devem ficar de fora da apresentação no Sesc andreense faixas como Não Sei o Que Fazer Comigo e O Vício e o Verso, além das novas composições Que Esse Dia Seja Meu (parceria de Meneghini com Marcelo Yuka) e Só Se Vive Uma Vez, esta feita com colaboração de Adalberto Rabelo Filho, a quem chamam de ‘quinto Vespa’). “Somos, talvez, no rock brasileiro atual, os últimos remanescentes que ainda sonham com a revitalização pujante da indústria fonográfica.”

Ao entrar em mais um ano de atividade, a banda se mostra atenta ao que tem produzido. O objetivo é encontrar o caminho que consideram o mais correto possível. Segundo o guitarrista e vocalista.“Tenho muitas criticas ao observar essa evolução. A autocrítica é importante e, ao mesmo tempo, frustrante. Confesso que sofro por ainda termos na banda resquícios de uma marca quase indelével, algo que acredito ser uma espécie de ‘câncer’ na cultura musical do rock brasileiro atual: a influência do hardcore norte-americano. A gravação do disco foi um processo que continuou com os ensaios e as apresentações ao vivo. Ainda encontramos muita dificuldade dentro da banda para o entendimento estético das cancões, assim como passamos por dificuldades na afinação das vozes, na instrumentação e no que chamamos de dinâmica.”

A atual temporada promete ser agitada. Entre shows já agendados para o primeiro semestre, está previsto o lançamento do compacto O Ovo Enjaulado, com versão em inglês da canção própria Um Homem Sem Qualidades (com vocalista convidado ainda sem definição) e interpretação especial de Estrada Escura (obra de Taciana Barros e Kuaker). Um novo álbum de inéditas é o principal projeto para agitar o segundo semestre.

Vespas Mandarinas – Show. Amanhã, às 21h. No Sesc Santo André - Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Ingr.: R$ 6 a R$ 20.




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